Açoriano Oriental
"O Gebo e a Sombra" e "As linhas de Wellington" no festival de Veneza
Os filmes "O Gebo e a Sombra", de Manoel de Oliveira, e "As linhas de Wellington", de Valeria Sarmiento e Raul Ruiz, estão selecionados para o festival de cinema de Veneza, em agosto, em Itália, anunciou a organização.
"O Gebo e a Sombra" e "As linhas de Wellington" no festival de Veneza

Autor: Lusa/AO online

A 69.ª edição do festival decorrerá de 29 de agosto a 8 de setembro.

"As linhas de Wellington", o filme que o cineasta chileno Raul Ruiz deixou incompleto quando morreu, em 2011, e que foi rodado em Portugal pela companheira e realizadora Valeria Sarmiento, integra a competição oficial.

"O Gebo e a Sombra" foi selecionado fora de competição.

"As linhas de Wellington" (que teve como título "As linhas de Torres Vedras" durante a produção) foi rodado em Portugal e conta com argumento de Carlos Saboga.

Com produção de Paulo Branco, o filme é uma recriação das invasões francesas em Portugal, no começo do século XIX, quando o general Arthur Wellesley, duque de Wellington, liderou um exército anglo-português e utilizou uma estratégia vitoriosa com base numa linha de fortificações que protegia Lisboa - a Linhas de Torres Vedras.

“É sobre a terceira invasão dos franceses em Portugal, como os portugueses a viveram. Eu penso que é importante recordar, num momento difícil em que está a Europa, que ela foi construída a partir de muitas guerras”, explicou à agência Lusa a realizadora chilena durante a rodagem.

Do filme fizeram parte atores como John Malkovich, Marisa Paredes, Nuno Lopes, Carlotto Cota, Albano Jerónimo, Soraia Chaves, Maria João Bastos, Catherine Deneuve, Michel Piccoli, Mathieu Amalric e cerca de cinco mil figurantes.

Já "O Gebo e a Sombra" é uma adaptação do realizador Manoel de Oliveira, 103 anos, de uma peça de teatro de Raul Brandão, sobre pobreza, honra e sacrifícios, que conta com as interpretações de Michael Lonsdale, Claudia Cardinale, Leonor Silveira, Ricardo Trêpa, Jeanne Moreau e Luís Miguel Cintra.

O filme, produzido por Luís Urbano, teve coprodução com França, um orçamento de 1,6 milhões de euros, e estreia mundial assegurada agora em Veneza.

O festival de cinema de Veneza abrirá com o filme "The Reluctant Fundamentalist", da realizadora Mira Nair.

Da competição fazem parte, por exemplo, "To the wonder", o novo filme de Terrence Malick, "Passion", de Brian De Palma, "Something in the Air", de Olivier Assayas, e "Thy Womb", de Brillante Mendoza.

O novo diretor do festival, Alberto Barbera, já tinha anunciado antes que queria uma edição mais sóbria, com menos filmes e com uma competição pelo prémio Leão de Ouro restrita a 18 candidatos.

A organização anunciou os 17 filmes da competição oficial, ficando reservado para mais tarde o anúncio de um filme surpresa.

O realizador norte-americano Michael Mann presidirá ao júri que atribui o Leão de Ouro, contando ainda com a atriz Laeticia Casta, o realizador Matteo Garrone e a atriz Samantha Morton.

Fora de competição, além do filme de Manoel de Oliveira, foram selecionados vários documentários, entre os quais "Witness. Lybia", de Michael Mann, e "Bad 25", de Spike Lee sobre Michael Jackson, a par das ficções "The company you keep", de Robert Redford, e "Love is all you need", de Susanne Bier.

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