Açoriano Oriental
Novo governo de transição paquistanês toma posse
O Presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, empossou o novo governo de transição e levantou o termo de residência fixa da antiga primeira-ministra do país Benazir Bhutto, que considerou o novo executivo inaceitável.
Novo governo de transição paquistanês toma posse

Autor: Lusa / AO online
O antigo presidente do Senado paquistanês Mohammedian Soomro, nomeado primeiro-ministro de transição encarregue de organizar as eleições legislativas previstas para antes de 09 de Janeiro, tomou hoje posse na presença de Musharraf.
«Juro preservar, proteger e defender a Constituição da República Islâmica do Paquistão», declarou Soomro, que vestia a tradicional túnica preta, sherwani. 
Soomro, 57 anos, é um antigo banqueiro e membro do partido presidencial, a Liga Muçulmana do Paquistão-Q (PML-Q), e muito próximo do general Musharraf. Governador da província meridional de Sind em 2000, Soomro foi eleito senador pela primeira vez em 2003. Assumiu a presidência da câmara alta do parlmento um mês após a eleição.
Soomro substitui Shaukat Aziz, que deixa a direcção do governo após três anos no cargo.
O parlamento foi dissolvido quinta-feira à meia-noite, no termo previsto do mandato de cinco anos, pela primeira vez na história do Paquistão.
Em conferência de imprensa, Benazir Bhutto, cujo termo de residência fixa - imposto segunda-feira para impedir a líder da oposição de participar num marcha contra Musharraf - foi levantado durante a noite passada, rejeitou o novo governo de transição.
«Este governo transição é uma extensão da Liga Muçulmana o Paquistão-Q, o que não é aceitável», defendeu.
«Não discutiremos com ditadores a nossa estratégia e aquela que visa restaurar a democracia», sublinhou.
O general Musharraf, que também subiu ao poder através de um golpe de Estado, há oito anos, congratulou-se por ter conseguido instalar uma «nova cultura de transição suave rumo à democracia».
Opinião que não é partilhada pela oposição que tenta unir-se contra Musharraf.
Benazir Bhutto exige, além da demissão de Musharraf, o levantamento imediato do estado de emergência decretado há quase duas semanas.
A oposição, tal como a comunidade internacional, considera que as eleições não podem decorrer sob o estado de emergência, que limita ao mínimo as liberdades mais fundamentais dos cidadãos, nomeadamente as de expressão e de reunião.
Mais de 3.000 elementos da oposição, entre advogados e magistrados, continuam detidos e sob residência vigiada desde a instauração do estado de emergência.
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