Açoriano Oriental
Nova Zelândia felicita Governo português por eleição de António Guterres
O Governo da Nova Zelândia, membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas e com uma candidata própria à liderança da organização, felicitou hoje o Executivo português pela eleição de António Guterres como secretário-geral da ONU
Nova Zelândia felicita Governo português por eleição de António Guterres

Autor: LUSA/AO online

"Tive o privilégio, em nome do Governo neozelandês, de felicitar o Governo português e o novo secretário-geral das Nações Unidas", disse hoje à Lusa o ministro do Comércio e ministro Associado dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia, Todd McClay, no final de uma audiência com o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, no Palácio das Necessidades.

"Vamos ter uma relação de trabalho muito forte com ele. [É] um papel muito importante não só para a Nova Zelândia e Portugal, mas para todo o mundo", afirmou o ministro da Nova Zelândia, um dos membros não permanentes do Conselho de Segurança, que a 06 de outubro recomendou à Assembleia Geral das Nações Unidas o nome de António Guterres para secretário-geral da organização.

Questionado sobre a candidatura da antiga primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark, Todd McClay respondeu: "Havia dois candidatos excecionais. Ficámos satisfeitos que um deles tenha sido eleito".

Uma posição que, para o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, demonstra como os dois países têm "posições políticas muito convergentes ao nível multilateral".

No processo de eleição do secretário-geral da ONU e, tendo os dois países apresentado candidatos próprios, "ambos disseram ao outro que, apresentando o seu candidato e lutando por ele, estimavam muitíssimo o outro candidato".

Santos Silva disse que Lisboa e Wellington têm "relações políticas muito próximas", mas as relações económicas são "muito incipientes".

"O nosso objetivo é levar as relações económicas para o nível das relações políticas", descreveu o ministro à Lusa, no final do encontro.

Uma das questões debatidas hoje durante a visita do ministro do Comércio neozelandês - o primeiro governante da Nova Zelândia a deslocar-se a Portugal desde 2010 - foi a possibilidade de facilitar os vistos para que estudantes dos dois países possam deslocar-se para períodos de trabalho durante as férias escolares.

Por outro lado, o ministro neozelandês revelou que há empresários que tinham bases no Reino Unido e, agora, começam a olhar para a Europa continental e, em particular, para Portugal pelas ligações que proporciona ao resto da Europa, mas também a África.

Apesar da distância, Lisboa e Wellington "estão mais próximas que nunca", distando apenas duas viagens de avião, destacou McClay.

As consequências do 'Brexit' (a saída do Reino Unido da União Europeia) dominaram o encontro dos dois governantes, segundo Santos Silva, que disse ter transmitido qual é a posição dos 27 Estados-membros da UE sobre o processo.

"O processo coloca desafios enormes à União Europeia e às regiões que são culturalmente, económica e politicamente próximas da União Europeia", disse.

A consumação do 'Brexit' abrirá também "oportunidades, do ponto de vista económico e, aí, Portugal perfila-se como uma alternativa muito interessante para investidores e investimentos".

"As pessoas, em Portugal, falam fluentemente inglês, está no mesmo fuso horário de Londres, tem uma ligação histórica com o Reino unido, é um aliado muito fiável do Reino Unido e o Reino Unido de Portugal", exemplificou.

O ministro sublinhou que Portugal é "uma alternativa próxima para investimentos e investidores que estejam no Reino Unido e que entendem que o 'Brexit' coloca dificuldades aos seus investimentos".

Ainda a nível bilateral, Portugal e a Nova Zelândia estão a ultimar acordos para evitar a dupla tributação e para facilitação de vistos de permanência curta ou de turismo, e que deverão ser assinados no próximo ano, quando o chefe da diplomacia neozelandesa visitar Portugal.

Santos Silva referiu ainda que a Nova Zelândia agradeceu a posição favorável de Lisboa à conclusão do acordo de comércio livre entre a União Europeia e a Nova Zelândia.

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