Açoriano Oriental
Negociações para a reposição da carreira dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica deverão terminar em julho

O secretário regional da Saúde dos Açores disse hoje que, “até final de julho”, devem estar concluídas as negociações com vista à reposição das carreiras dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, que terá efeitos práticos “este ano”.

Negociações para a reposição da carreira dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica deverão terminar em julho

Autor: Lusa/AO Online

“De uma forma transparente, séria e construtiva, estamos a chegar a pontes de entendimento no que diz respeito ao reposicionamento de carreiras, mas também à respetiva valorização remuneratória. É isso que pretendemos concluir no final do próximo mês”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses.

O governante falava, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, à margem de uma reunião com dirigentes nacionais e regionais do Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSS).

Segundo Clélio Meneses, ficou acordado que vão ser atribuídos 1,5 pontos por ano de serviço, para efeitos de progressão na carreira, “quer para os contratos individuais de trabalho, quer para os contratos de trabalho em funções públicas”.

A entrada em vigor, em 08 de junho de uma lei nacional sobre a contagem do tempo de serviço, levou ao arrastamento das negociações para finais de julho, para que o executivo tenha tempo de fazer “uma reavaliação do impacto financeiro destas medidas”.

O secretário regional da Saúde disse esperar que a valorização remuneratória destes profissionais ocorra ainda durante 2021.

“Pretendemos que durante este ano sintam o impacto financeiro nas respetivas remunerações do acordo que estamos a concluir”, afirmou, acrescentando que estão em causa “centenas de milhares de euros”.

O vice-presidente do STSS, Fernando Zorro, disse sair da reunião “satisfeito” com a “atitude proativa” do executivo, no sentido de encontrar soluções para reivindicações que “já se arrastam há algum tempo".

“Temos pontos fechados que vão de encontro àquilo que nós pretendemos e há muito”, frisou.

O anterior executivo açoriano, do PS, que governou até novembro de 2020, tinha acordado contabilizar apenas um ponto por ano de serviço.

“Nós não queremos 1,5 pontos apenas porque é só mais meio ponto, queremos 1,5 pontos porque se prende com as premissas feitas para outras carreiras da saúde – e bem – e para nós estava a ser feita uma leitura enviesada em relação a essa situação”, salientou Fernando Zorro.

Segundo Carla Silva, dirigente regional do STSS, desde 2018 que o sindicato reivindica um descongelamento da carreira, em condições semelhantes aos de outras carreiras da saúde.

“Esta carreira nasce mal já lá atrás, em 1999, e continuou sempre mal. Quando houve o descongelamento do Orçamento de Estado de 2018 iniciou-se de forma errada para a nossa carreira e tem-se vindo a provar isso”, frisou.

Para além das matérias já acordadas, o sindicato reivindica a atribuição de dois pontos (em vez de 1,5) no período entre 2004 e 2008.

“As outras carreiras especiais da saúde aqui nos Açores, a carreira médica e a carreira de enfermagem, tiveram a atribuição de dois pontos entre 2004 e 2008. Para nós esses anos não ficaram definidos. Da forma como o Governo [Regional] tinha interpretado anteriormente seria só um ponto e nós queremos também dois pontos. É uma questão de justiça”, reforçou a dirigente sindical.

Questionado sobre esta reivindicação, Clélio Meneses disse que é uma porta “que não está fechada, nem está aberta, está entreaberta”.

“Pretendemos neste momento resolver as questões que estão em cima da mesa, que eram as reivindicações iniciais. O que não pretendemos é que, com um conjunto de outras questões, se ponha em causa o imediato efeito destas negociações no ordenado destes profissionais. Cada coisa a seu tempo”, apontou.


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