Açoriano Oriental
Navio detido desde maio no Faial regressou ao mar
O navio tanque 'Chem Daisy', que se encontrava detido por razões técnicas no porto da Horta, no Faial, Açores, desde maio, regressou ao mar na sexta-feira, após quase dez meses sob custódia das autoridades marítimas, foi hoje anunciado.
Navio detido desde maio no Faial regressou ao mar

Autor: LUSA/AO Online

“A Capitania do Porto e o Comando-local da Polícia Marítima da Horta assumiram ao longo de quase dez meses a missão de custódia e de salvaguarda do navio tanque 'Chem Daisy', que terminou com o regresso ao mar do navio ontem, dia 17 de fevereiro, pelas 21:30”, adianta um comunicado da autoridade marítima, acrescentando que a embarcação, atualmente com o nome “São Jorge”, foi "recentemente adquirida por um novo proprietário". Este navio, com bandeira de Malta, ficou detido desde finais de maio do ano passado no porto da Horta por falta de certificação, sendo que em julho de 2016 as autoridades portuárias iniciaram a descarga de 450 toneladas de combustível que se encontrava no seu interior, já que a permanência deste combustível a bordo "suscitava preocupação em termos de segurança". O navio operava nos Açores fazendo a distribuição de combustível pelas diversas ilhas do arquipélago. Como resultado de uma inspeção levada a cabo no âmbito do “Port State Control”, o navio ficou detido por razões técnicas em maio de 2016. Na altura, as autoridades marítimas esclareceram que a embarcação fora sujeita a "uma peritagem por parte da capitania da Horta a 23 de maio, que confirmou que o navio não estava nas condições de navegabilidade certificadas". O “Chem Daisy”, operado pela Transinsular, iria assegurar o abastecimento de combustível inter-ilhas e pertencia a um armador turco, que abandonou a embarcação (impedida de navegar). Os tripulantes (11 marinheiros turcos e dois portugueses) abandonaram o navio em agosto de 2016 com cerca de 165 mil euros de ordenados em atraso, apesar do "absoluto silêncio" da entidade patronal. Em janeiro deste ano, a advogada dos tripulantes, Joana Borges, disse à agência Lusa que os trabalhadores chegaram a um "acordo extrajudicial" com o credor hipotecário do navio e que, por essa razão, levantaram a providência cautelar que tinham intentado contra o armador turco. O comunicado da autoridade marítima adianta hoje que o navio estava desde agosto de 2016 sem tripulantes, que foram "regressando aos seus países de origem", referindo que durante a sua permanência no porto da Horta ficou "sujeito à ação do tempo e do mar, gerando momentos de grande apreensão aquando da passagem de temporais mais severos" e "apenas a ação da autoridade marítima, em conjunto com alguns parceiros da comunidade portuária e da Portos dos Açores foram capaz de garantir a integridade do navio e a própria operacionalidade do porto". O “São Jorge” largou da Horta sexta-feira à noite rumo ao porto de Lisboa, onde deverá ser corrigida a anomalia técnica detetada. A sua chegada está prevista para o dia 24 deste mês, avança ainda. O barco, construído em 2010, tem 85 metros de comprimento e 12,6 metros de boca.

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