Açoriano Oriental
Mota Amaral diz que “há uma luz que se apaga” na política portuguesa

O antigo presidente da Assembleia da República Mota Amaral defendeu que “há uma luz que se apaga” na política com a morte de Jorge Sampaio, um “entusiástico servidor de causas”, esperando que o seu exemplo tenha sempre seguidores.

Mota Amaral diz que “há uma luz que se apaga” na política portuguesa

Autor: Lusa/AO online

“Com a morte de Jorge Sampaio há uma luz que se apaga, no quadro político português. Oxalá o seu exemplo de desapego de honrarias e de compromisso para ajudar os necessitados tenha sempre seguidores. Curvo-me perante a sua memória!”, pode ler-se numa nota de Mota Amaral (PSD) enviada à agência Lusa.

O antigo presidente do Governo Regional dos Açores associa-se ao luto da família de Jorge Sampaio, que considera que “foi durante toda a vida um entusiástico servidor de causas”.

“Do seu envolvimento, ainda aluno universitário, nas arriscadas tarefas das Associações de Estudantes, que a Ditadura então vigente perseguia de forma sistemática, passou a advogar em favor de presos políticos nos repugnantes Tribunais Plenários, criados para os condenar a duras penas”, elencou.

Com o 25 de Abril, recordou Mota Amaral, o antigo Presidente da República surgiu na primeira linha do Movimento da Esquerda Socialista e depois no PS, seguindo-se a Câmara Municipal de Lisboa e a Presidência da República.

“Admirei o desempenho presidencial de Jorge Sampaio, que pude seguir de perto enquanto fui Presidente da Assembleia da República. Mas talvez mais ainda o seu envolvimento dedicadíssimo em missões internacionais, confiadas pelo Secretário-Geral da ONU, após a sua saída do Palácio de Belém, de luta contra a tuberculose e em prol do diálogo entre civilizações”, elogiou.

O social-democrata afirmou ainda que “quando se podia dizer já que Jorge Sampaio não tinha nada a provar a ninguém”, lançou a iniciativa de acolhimento em Portugal de estudantes sírios.

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, no hospital de Santa Cruz, em Lisboa.

Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.

Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).

Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.


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