Moreira da Silva tem "ambição de vencer todas as eleições” e com maioria absoluta na Madeira e Açores
PSD
17 de mai. de 2022, 10:01
— Lusa/AO Online
“No horizonte do mandato da nova
Comissão Política Nacional, até 2024, apenas se disputarão as eleições
regionais na Madeira [2023], onde devemos ambicionar alcançar uma
maioria absoluta do PSD, e as eleições europeias [2024], onde temos de
assumir de forma clara o objetivo de vencer”, refere o candidato, na
moção de estratégia divulgada e intitulada “Direito ao Futuro”.O
antigo vice-presidente do PSD promete ainda avançar, de imediato, para
“uma atempada preparação” das eleições seguintes, que já não se
disputarão no mandato de dois anos do próximo presidente da Comissão
Política Nacional, ao qual se candidata nas diretas de 28 de maio.“Eleições
regionais nos Açores (onde devemos ambicionar uma maioria absoluta do
PSD), eleições autárquicas (onde o PSD terá de se voltar a afirmar como o
maior partido do poder local) e eleições legislativas”, aponta.Atualmente,
o PSD governa em coligação com o CDS-PP na Madeira - tendo perdido a
maioria absoluta nas últimas regionais -, enquanto nos Açores também
encabeça o executivo regional, apesar de ter ficado em segundo lugar nas
últimas eleições, governando em coligação com CDS-PP e PPPM e com um
acordo parlamentar com Chega e Iniciativa Liberal.Moreira
da Silva considera que, ainda que as eleições legislativas estejam
previstas apenas para 2026, “o PSD tem de se preparar de imediato para
esse desafio eleitoral, discutindo e apresentando, num processo
amplamente participado pelos militantes e pelos cidadãos em geral, uma
nova geração de políticas públicas e de reformas estruturais”.“Uma
sequência vitoriosa em todos as eleições previstas para os próximos 4
anos pressupõe verdade e inconformismo no diagnostico dos problemas;
inovação e reformismo nas soluções políticas apresentadas; e integridade
e credibilidade dos nossos protagonistas”.E estabelece uma outra condição prévia: “O espírito de unidade no partido, para o qual todos temos a obrigação de contribuir”.Na
parte da moção mais virada para o PSD, Moreira da Silva reitera
compromissos já assumidos na sua declaração de candidatura, como a
apresentação de um ‘Governo-sombra’ no próximo Congresso de julho e a
atualização das linhas programáticas num Congresso extraordinário em
2023, no qual seriam também revistos os estatutos do partido.“Os
eleitores esperam de nós uma clarificação e uma atualização. Uma
clarificação sobre a natureza do nosso relacionamento com outros
partidos e uma atualização das nossas linhas programáticas”, aponta.Tal
como tinha afirmado na apresentação, Moreira da Silva recusa “uma
estéril e obsoleta discussão sobre o posicionamento do PSD como um
partido de centro ou um partido de direita”, e situa o PSD “como o
espaço amplo que une todos os reformistas e que agrega social-democratas
e liberais-sociais”.O candidato apontou
que o PSD se distingue do PS “pela vocação reformista, pela valorização
da iniciativa privada, pelo reconhecimento do mérito” e dos partidos
mais à direita “por não ser um partido de nicho, com reservas quanto ao
combate às alterações climáticas e ao papel essencial do Estado”.“E,
principalmente, que não admite, em qualquer circunstância dialogar e
negociar com forças populistas e extremistas”, reafirma, lembrando que
“de forma praticamente isolada”, alertou para os riscos da ambiguidade
da relação com o Chega.Neste capítulo, voltou a considerar que “o resultado das eleições legislativas confirma que tinha razão”.“Lamentamos
que, em 2020, muitos tenham ficado convenientemente calados e, ainda
pior, venham agora definir o PSD como a casa comum dos ‘não
socialistas’. Na casa do PSD, não acabem racistas, xenófobos e
populistas”, escreve, numa crítica ao seu adversário interno que já
tinha feito na apresentação da candidatura.Um
código de conduta “aplicável a todos os militantes e eleitos do PSD”,
formação obrigatória “para todos os candidatos a eleições autárquicas,
legislativas e europeias” e novas formas de militância do partido são
outros compromissos inscritos na moção e que já tinha enunciado a 20 de
abril.