Autor: Lusa/AO On Line
Quatro dias após terem chegado ao Haiti, os técnicos do INEM e da AMI vão dar apoio naquele hospital de campanha que a responsável pela equipa da emergência médica, Fátima Rato, considera ser um "cenário dantesco": "Nunca na minha vida vi tanta gente amputada".
"São duas tendas cheias de gente por todo o lado e 90 por cento dos doentes que estão ali têm fracturas ou lesões provocadas pela queda de estruturas", explicou à Lusa Fátima Rato, coordenadora da equipa do INEM.
O INEM começou a dar apoio no hospital na terça-feira à tarde, depois de uma reunião com os responsáveis da ONU pela área da saúde e uma visita ao local, que fica próximo do acampamento da equipa portuguesa.
Hoje, também a equipa da AMI vai começar a trabalhar ali. Mas esta será uma situação temporária, já que está em fase de conclusão um novo hospital de campanha com melhores condições mesmo ao lado do acampamento português.
A equipa das Forças Especiais de Bombeiros vai "dar apoio de logística à farmácia" do novo espaço médico, explicou por seu turno o coordenador da equipa portuguesa, Elísio Oliveira, que reconheceu que o facto de estarem parados já há alguns dias "provoca stress".
A equipa portuguesa, de cerca de 30 elementos, chegou domingo à noite a Port-au-Prince, a bordo de um C-130 da Força Aérea.
A missão integra elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), da Força Especial de Bombeiros, do Instituto de Medicina Legal e da AMI.
O Haiti foi atingido por um violento sismo no dia 12 de Janeiro, que provocou pelo menos 75 mil mortos, 250 mil feridos e um milhão de desalojados, segundo o último balanço provisório divulgado pela Protecção Civil haitiana.