Autor: Lusa/AO Online
“O que aconteceu no Garcia da Orta com duas crianças é lamentável, por ter havido troca da medicação, e espero que as crianças não fiquem com lesões graves”, afirmou à agência Lusa Ana Jorge.
A ministra adiantou que a tutela não vai tomar medidas, justificando que “é ao hospital que compete analisar a situação, com o levantamento de um processo de averiguação interno”, cujas conclusões vai ficar a aguardar.
Ana Jorge falava à margem da sessão da Assembleia Municipal da Lourinhã, a que preside.
Os pais das duas crianças acusam o Hospital Garcia de Orta de erro na aplicação de um medicamento que causou queimaduras nos seus filhos, de 18 meses e 3 anos, com o hospital a reconhecer que “ocorreu um incidente”.
João Henriques explicou à Lusa que levou o seu filho, de 18 meses, ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, na quinta feira, para realizar um exame aos ouvidos e que acabou por acontecer um erro com a administração de um medicamento.
“A doutora, em vez de administrar um medicamento para o adormecer e acalmar para fazer o exame, introduziu ácido. O medicamento foi introduzido pelo ânus, porque era amargoso”, disse, em declarações à Lusa.
Samuel Lima também levou, no mesmo dia, o seu filho de 3 anos, para efetuar um exame à audição, tendo-lhe também sido administrado o mesmo produto, pelo ânus e por via oral.
O Hospital Garcia de Orta, em comunicado, refere que “ocorreu um incidente com um medicamento habitualmente usado em circunstâncias diferentes”.
"Este acidente foi imediatamente identificado e reportado de acordo com as normas de gestão de risco hospitalar, tendo sido de pronto tomadas as medidas habituais nestas circunstâncias, nomeadamente a abertura de um inquérito interno aos acontecimentos", refere.
A administração garante que "o estado de saúde das crianças é estável" e que estas se encontram sob observação no serviço de pediatria do hospital.