Açoriano Oriental
Médicos espanhóis descobrem biomarcador que prevê evolução em melanomas malignos
Os dermatologistas do Hospital do Mar de Barcelona, em Espanha, identificaram um novo biomarcador do melanoma maligno que prevê a evolução da doença, ajudando a estabelecer um prognóstico para este tipo de cancro e novas perspetivas de tratamento.

Autor: Lusa/AO online

 

Os dermatologistas da unidade hospitalar de Barcelona e investigadores do Instituto Hospital do Mar de Investigações Médicas (IMIM) descobriram que uma proteína, denominada "NcoR", que regula a transcrição genética (processo de transferência da informação do ácido desoxirribonucleico [ADN]) tem um papel chave na evolução do melanoma maligno.

A investigação, que foi publicada na revista Oncotarget, demonstra que a distribuição da proteína "NcoR" dentro das células dos tumores é um indicador de previsão da evolução o melanoma maligno, mesmo quando analisado nas fases iniciais da doença.

Segundo o chefe da seção do serviço de Dermatologia do Hospital do Mar, Fernando Gallardo, até agora não havia marcadores de prognósticos a nível molecular que fossem indicativos de uma melhor ou pior evolução do melanoma maligno, que é o tipo mais agressivo o cancro de pele e provoca anualmente mais de 20 mil mortes na Europa e mais de 50 mil no mundo.

Ainda que te nha um índice de cura elevado quando está localizado só na pele, este cancro não tem cura quando se estende a gânglios ou metástases alargadas.

No entanto, os especialistas indicaram que as diferenças na expressão genética (processo de transformação da informação genética em proteínas necessárias para o funcionamento e desenvolvimento das células) nestes cancros fazem com que o seu comportamento varie bastante de um paciente para outro, ainda que estejam na mesma fase da doença.

Tanto assim que, em alguns melanomas, mesmo sendo detetados e tratados em estados iniciais da enfermidade, acabam tendo uma evolução fatal.

"É muito importante detetar o melanoma maligno em fases iniciais para poder tratá-lo, mas também há que dispor de marcadores fiáveis que nos permitam prever a sua evolução", disse Gallardo.

"A identificação do 'NcoR' como novo biomarcador abre a porta para termos uma ferramenta que permita prever como evoluirá a doença em cada paciente, mas, além disso, permitirá identificar que pessoas podem se beneficiar de futuras terapias baseado no controlo desta proteína", afirmou ainda Gallardo.

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