Açoriano Oriental
Manuel Moniz defende alteração à lógica de investimento público
O cabeça de lista do Movimento Partido da Terra (MPT) pelo círculo de S. Miguel nas eleições regionais de outubro, Manuel Moniz, defendeu uma alteração à lógica de investimento público nos Açores, cabendo ao Governo corrigir "lacunas e falhas".
Manuel Moniz defende alteração à lógica de investimento público

Autor: LUSA/AOnline

“A Região Autónoma dos Açores, o Governo Regional, a entidade pública, é que tem neste momento capacidade para intervir e corrigir as lacunas e falhas da economia regional”, afirmou Manuel Moniz, em entrevista à agência Lusa, acrescentando que “nenhum empresário, neste momento, vai apostar no que quer que seja, mesmo que tenha 100 por cento de apoios”.

Manuel Moniz frisou que o MPT concorre às eleições regionais de 14 de outubro com o objetivo de “eleger, pelo menos, um deputado”, que será “uma voz interventiva e muito ligada aos problemas reais".

“Se entrar para o parlamento, entra uma certa irreverência, uma certa ética de justiça, que, neste momento, não vemos", afirmou Manuel Moniz, salientando que eleger um deputado regional do MPT será "abrir um canal de comunicação entre o poder de decisão e a população”.

O candidato do MPT considerou que os pequenos partidos vão ter “algum destaque” nestas eleições porque “o eleitorado sente uma rejeição em relação aos partidos do arco governativo e até da oposição”, que classificou como “fraca”.

Manuel Moniz defendeu que o problema real nos Açores não são os funcionários públicos que ganham dois ou três mil euros, mas as pessoas que ganham pouco e “precisam de trabalho e não de esmolas sociais”.

Nesse sentido, propõs a criação da marca 'Peles dos Açores', um projeto para criar peças inovadoras, desenhadas por açorianos com pele de animais, nomeadamente vacas, que pode envolver duas a três mil pessoas.

"Acho incrível como é que os Açores, enquanto região produtora de pecuária, não usa as suas peles", afirmou, recordando que o arquipélago produz anualmente cerca de 50 mil peles, entre animais adultos e pequenos.

Para Manuel Moniz, esta “nova indústria permitiria furar o esquema do empresariado, fazendo o dinheiro chegar diretamente às famílias açorianas”, estimando que cada pessoa poderia receber um rendimento mensal adicional de cerca de 200 euros pelo seu envolvimento neste projeto.

O candidato do MPT defendeu a necessidade de criar mais riqueza no arquipélago, recordando que atualmente a dependência externa “é de cerca de 70 por cento”.

“Para serem verdadeiramente autónomos em termos económicos e financeiros, os Açores teriam de produzir, por ano, mais 700 milhões de euros”, frisou.

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