Açoriano Oriental
Mais e melhores meios entre os fatores que explicam menor impacto dos incêndios
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) afirmou hoje que mais meios, melhor formação e integração, e uma "estratégia musculada" são fatores que explicam menor impacto dos incêndios, resultado que se deve, também, às condições meteorológicas.
Mais e melhores meios entre os fatores que explicam menor impacto dos incêndios

Autor: LUSA/AO Online

“Os bombeiros portugueses estão muito melhor em termos de formação, estão muito melhor em termos de integração com outros agentes no terreno, fizeram muitos exercícios em conjunto com outros agentes, têm maior quantidade de equipamentos e também têm maior quantidade de recursos humanos”, disse Jaime Marta Soares, em Pombal, ao explicar as consequências dos fogos neste verão comparativamente a 2013. No final da reunião extraordinária do Conselho Nacional da LBP, Jaime Marta Soares acrescentou que há “mais meios aéreos e de melhor qualidade, e há também uma estratégia de intervenção musculada, imediata, com mais rapidez”, estratégia que “ajuda a que as coisas tenham vindo a estar bastante melhores”. O dirigente disse acreditar que, se houvesse as condições climatéricas de 2013, os bombeiros teriam “uma intervenção hoje mais forte, mais musculada”, e que, garantidamente, não deixariam que “as coisas acontecessem à dimensão do que aconteceu no ano passado”. Ainda assim, Jaime Marta Soares ressalvou que “são circunstâncias completamente diferentes”, rejeitando que em 2013, ano em que morreram vários bombeiros, houvesse “problemas de incapacidade ou de incompetência”. “Os mesmos do ano passado são os que estão no terreno e são aqueles que estão a dar mostras como é possível fazer-se melhor do que já se fez bem e corrigir, por ventura, o que esteve menos bem”, observou, reconhecendo que, este verão, “tem havido vários dias em que há taxas de humidade muito mais altas”, situação que permite “algum desafogo e torna menos forte o fogo quando está a eclodir”. A este propósito admitiu que “São Pedro tem dado uma ‘ajudazinha’”. “Estamos felizes pelo que está a acontecer”, declarou, notando, contudo, que “já houve este ano mais de 6.000 fogos” e que os bombeiros têm “sido capazes de conseguir ter este êxito”, mas “a procissão só agora vai no adro”. Reiterando que a “falta de prevenção, planeamento e ordenamento da floresta portuguesa”, para a qual "falta uma estratégia política", é o grande problema, Jaime Marta Soares explicou que outro reside nos incendiários. Questionado se se trata de um verão atípico para os bombeiros, Jaime Marta Soares declarou que “atípico é quando há mais fogos” e o que se está a viver é um “verão normal”. Na reunião do Conselho Nacional foi aprovado o regulamento do congresso da Liga, a realizar em outubro, em Coimbra, e dada ‘luz verde’ à permuta do terreno de Campolide, cedido à LBP em direito de superfície pela Câmara de Lisboa, pelo Palácio de São Cristóvão, onde a instituição vai instalar a sua sede.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados