Açoriano Oriental
Maioria dos cães adotados em Ponta Delgada vai para fora dos Açores
Cerca de 70% dos cães acolhidos no Centro de Recolha Oficial de Ponta Delgada, foram enviados o ano passado para adoção internacional, uma situação iniciada há três anos que está a crescer, revelou hoje o veterinário municipal.
Maioria dos cães adotados em Ponta Delgada vai para fora dos Açores

Autor: Lusa/AOOnline

 

“Esse fenómeno começou em 2014. Em 2015 teve um ligeiro aumento e em 2016 o aumento foi exponencial”, afirmou, em declarações à agência Lusa, o veterinário municipal de Ponta Delgada, Vergílio Oliveira, acrescentando que os “denominados puros rafeiros” foram levados “sobretudo para a Alemanha e para a Suíça”.

O responsável adiantou que em 2016 foram adotados um total 807 cães que estavam à guarda do Centro de Recolha Oficial de Ponta Delgada, sendo que a adoção internacional “não é feita diretamente pelo canil municipal”.

Vergílio Oliveira explicou que a adoção internacional dos cães tem sido promovida por “grupos de pessoas mais ou menos organizadas, que vão buscar os animais, levam-nos depois para clínicas veterinárias, onde estão em quarentena, encaminhando-os posteriormente para o estrangeiro, suportando todos os encargos”.

“A capacidade de adoção em São Miguel varia entre os 400 a 500 cães por ano e não aumenta”, referiu o veterinário, que vê neste processo “uma boa forma de dar um futuro aos cães sem dono”.

Segundo disse o responsável, os cães levados para fora do arquipélago são os “denominados puros rafeiros, com peso entre os oito e os 14 quilos, jovens e saudáveis”.

Vergílio Oliveira apelou ainda à consciencialização da população no sentido de haver um maior controlo sobre a reprodução dos animais de companhia, para diminuir também a necessidade de abate, algo que no último ano ocorreu com mais de 600 animais sem potencial de adoção.

Este ano, a Câmara de Ponta Delgada quer apostar num canil de “abate zero”, mas para tal é necessário continuar a sensibilizar a comunidade, destacou o responsável.

O Centro de Recolha Oficial de Ponta Delgada tem capacidade para receber 250 a 260 cães, estando “já superlotado”, o que obriga a uma “gestão muito apertada” para continuar a dar resposta às solicitações diárias, referiu.

Na ilha de São Miguel também os concelhos da Lagoa e da Ribeira Grande têm canis municipais que promovem adoções.

No último ano, o canil de Ponta Delgada castrou 407 cadelas, 232 cães, 326 gatas e 260 gatos, tendo ainda identificados 2.568 animais, através do Sistema de Identificação de Canídeos e Felinos, informou Vergílio Oliveira.

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