Autor: Lusa / AO online
"Devemos ter vergonha do mal, dos que ofendem Deus e o homem, devemos ter vergonha do mal que fere a comunidade civil e religiosa com ações que não gostam de ser postas em destaque", afirmou o Papa, citado pela agência France Presse, numa missa ao ar livre celebrada no Foro Itálico.
Os organizadores esperavam mais de 100 000 pessoas naquela grande área verde junto ao mar, mas a polícia estima que estejam apenas 30 000.
Face a todas as dificuldades com as quais a população se confronta, como "a falta de trabalho", a "incerteza quanto ao futuro", o "sofrimento físico e moral" e a "criminalidade organizada" - expressões utilizadas para qualificar a máfia em Itália - Bento XVI apelou aos sicilianos para manterem a fé, que "torna possíveis as coisas humanamente impossíveis".
Pediu igualmente que não tenham medo de "testemunhar com clareza os valores humanos e cristãos".
"Povo da Sicília, olhem para o futuro com esperança", afirmou Bento XVI, realçando: "Olhem com coragem para os valores do Evangelho para fazerem resplandecer a luz do bem. com a força de Deus, tudo é possível".
O Papa chegou perto das 08:00 locais ao aeroporto Falcone e Borsellino, o nome de dois juízes mortos pela Cosa Nostra, a máfia siciliana, em maio e julho de 1992.
De seguida atravessou de papamóvel grande parte da vila, decorada com cartazes onde se lia "Palermo saúda o Papa" e panos amarelos e brancos, as cores do Vaticano.
Em 1995, João Paulo II, na sua última de cinco visitas à ilha, atacou violentamente a organização criminosa."Não matarás", afirmou, acrescentando: "Nenhum homem, nenhuma associação humana, nenhuma máfia pode alterar ou pisar o direito à vida".
Em 2007, Bento XVI, por seu lado, já havia criticado em Nápoles a Camorra, a máfia napolitana.