Líder do PS/Açores quer partido capaz de "fazer melhor" e ao serviço dos açorianos
29 de mai. de 2022, 09:10
— Lusa /AO Online
“Não vale a pena definir todas estas ideias se não tivermos o fundamental: um partido ativo e ao serviço dos açorianos. O PS só existe porque existem militantes do PS. Mas, o PS não existe só para os militantes do PS”, afirmou Vasco Cordeiro, na apresentação da moção de estratégia global “Um combate pelo futuro dos Açores! Sustentabilidade e Coesão”, no XVIII Congresso Regional, que se realiza até domingo na cidade da Horta, ilha do Faial.Os açorianos “querem um PS que existe em função dos Açores e dos açorianos”, disse, lembrando que o PS venceu as eleições legislativas regionais de 2020, mas perdeu a maioria absoluta de 24 anos, levando PSD/CDS-PP/PPM a coligar-se para assumir o poder.“Queremos ser governo para fazer melhor do que fizemos e do que atualmente é feito. Este combate pelo futuro dos Açores não é contra ninguém, é precisamente pelos Açores”, frisou.“Não podemos entrar numa lógica revanchista. Para o PS só há um lado: o dos Açores, o de todos os açorianos”, acrescentou.O líder do PS/Açores, reeleito em abril para um quarto mandato como presidente da estrutura regional, com 97,7% dos votos dos militantes, defendeu que os açorianos “querem um PS capaz de corrigir aquilo onde não esteve bem”.Os resultados eleitorais de outubro de 2020 “mostram que os açorianos querem o PS a governar os Açores”, mas um “PS capaz de mudar quem se deixou contaminar pela inércia e imobilismo, sem vontade de fazer diferente e sempre melhor”, afirmou.O PS, notou, vê o futuro “com confiança na capacidade dos açorianos e açorianas para construírem uma região cada vez melhor”.“Para isso, é imprescindível que o Governo Regional seja capaz de estar à altura dessa capacidade. Só faz sentido lutarmos para assumir o Governo da região se tivermos um sentido do futuro. Isso já nos distingue do atual Governo”, disse, salientando que “esta visão estratégica de futuro é um dos pilares onde deve assentar a ação do PS”,Cada militante socialista deve “assumir o contributo que pode dar” a favor da região, vendo os simpatizantes do partido “não como ameaça, mas como um fator acrescido de valorização das ideias e propostas do PS, como alguém que reconhece no PS um meio e instrumento para ajudar a construir uns Açores melhores”, acrescentou, considerando que “isso ajuda o PS a desenvolver a sua ação”.Quanto à estratégia de futuro da região, Vasco Cordeiro indicou que deve assentar na sustentabilidade, nomeadamente financeira, porque o caminho do atual Governo é um caminho perigoso, que gere as finanças públicas como forma para continuar no poder e não como garante da autonomia”.“Se queremos ser verdadeiramente autónomos, temos de assumir os custos das nossas opções. Se cedermos à tentação de passar os custos para outros, isso põe em risco a autonomia no futuro”, alertou.No que toca à sustentabilidade demográfica, “é necessário ser minucioso”, defendeu.“Não podemos reduzir a questão a discussões sobre ‘cheque bebé’ ou apoios à natalidade. Porque o que resolve a perda demográfica é tornar mais apelativo viver nos territórios, com soluções educativas, de transportes, de acessibilidades, também digitais, de apoio aos idosos, de oportunidades de emprego e empreendedorismo”, referiu.Vasco Cordeiro destacou ainda a “sustentabilidade política da autonomia” e a sustentabilidade do desenvolvimento.“Pé ante pé, tem sido colocada em causa a ideia de que a sustentabilidade e os cuidados que ela nos inspira são um empecilho. Não podemos ceder um milímetro”, avisou, considerando a sustentabilidade como “um ativo” e “um fator de promoção de riqueza”.O líder do PS/Açores defendeu ainda a criação de uma Estratégia de Eficiência Competitiva e uma Agenda para a Valorização do Capital Humano, apontando também a necessidade de defender a coesão territorial num arquipélago de nove ilhas.