Jovens elegem educação, competências e emprego para futuro seguro
10 de ago. de 2023, 17:06
— Lusa
O
inquérito, com o mote “O que os jovens querem”, pretende inquirir um
milhão de jovens até outubro de 2023 e é “o maior inquérito mundial aos
jovens”, inserindo-se num “projeto de pesquisa massivo” realizado pela
Partnership for Maternal Newborn and Child Health - PMNCH (Parceria para
a Saúde da Mãe, do Recém-nascido e da Criança, numa tradução livre),
uma aliança global impulsionada pela Organização Mundial da Saúde.Os
resultados provisórios, divulgados hoje, para comemorar o Dia
Internacional da Juventude de 2023, que se assinala no dia 12 de agosto,
revelam que “40% dos mais de 700 mil inquiridos identificam a educação,
as competências e o emprego como vias para a segurança futura”.“Entre
713.273 inquiridos, com idades entre os 10 e os 24 anos, o principal
interesse manifestado pelos jovens (40,5%) é a aprendizagem, a
competência, a educação, as aptidões e a empregabilidade (40,5%)”,
refere a organização.Na opinião da PMNCH,
esses dados são demonstrativos do “forte interesse na estabilidade do
emprego, na segurança financeira e material e na independência”.“Este
resultado refletiu-se em todos os grupos etários, particularmente entre
os jovens dos 15 aos 19 anos (47,2%) e entre as raparigas adolescentes
(49,2%), que citaram frequentemente a necessidade de “oportunidades de
aprendizagem” e de “educação de qualidade”.Outras
das preocupações expressas por estes jovens dizem respeito à “segurança
e um ambiente de apoio” (21,2% do total) e a uma “boa saúde e nutrição
ótima” (16,3%).De acordo com a PMNCH, os
inquiridos mais jovens tinham “preocupações específicas”, nomeadamente a
necessidade de “segurança e de um ambiente favorável”, referida por 11%
dos inquiridos com idades entre os 15 e os 19 anos, 8,4% dos jovens
entre os 20 e os 24 anos e 1,8% dos inquiridos entre os 10 e os 14 anos.
Os rapazes adolescentes querem “água
limpa” e “boas estradas”, enquanto as raparigas adolescentes
acrescentaram à lista, para além de “água limpa”, “pensos higiénicos
gratuitos”.Em geral, quase metade dos
inquiridos (47,2%) tem entre 15 e 19 anos, dos quais 25,7% são raparigas
e 21,5% rapazes. Entre estes, a idade média é de 16 anos, representando
13% do total de inquiridos. O grupo mais jovem de adolescentes (10
anos) foi o menos representado, com 1,2%, enquanto o grupo mais velho de
adolescentes e jovens, com 24 anos, representa 7,3% dos inquiridos. Mais
de dois terços (68,8%) dos inquiridos são da região de África, seguidos
da região do Sudeste Asiático com 27,5%, e uma pequena minoria da
América Latina. “Até à data, a divulgação
do inquérito tem dado prioridade aos países de baixo e médio rendimento,
garantindo que as vozes menos ouvidas são priorizadas. No futuro, o
inquérito será alargado a países com rendimentos elevados”, explica a
PMNCH.A organização salienta que em 2022,
nestes países, “as perdas de aprendizagem decorrentes do encerramento de
escolas devido à COVID-19 deixaram até 70% das crianças de 10 anos
incapazes de ler ou compreender um texto simples”, ao mesmo tempo que os
conflitos espalhados por todo o mundo “deixaram muitos jovens incapazes
de entrar no mercado de trabalho”.A PMNCH
pretende inquirir pelo menos um milhão de jovens até outubro, altura em
que irá realizar o Fórum Global para Adolescentes, um encontro virtual
que servirá para impulsionar a campanha “1.8 Young People for Change”,
lançada em outubro de 2022.Entre os mais
de 700 mil inquiridos, a Índia constituiu o maior grupo, representando
17,2% da amostra total. O Uganda é o segundo país que mais contribui,
com 12,0%, seguido da Indonésia, com 10,2%, e da Zâmbia, com 8,4%.