Açoriano Oriental
Irmandade do Santo Cristo nos Açores recebe 20 a 30 pedidos anuais de adesão
A Irmandade do Santo Cristo, responsável pela organização religiosa de uma das maiores festividades açorianas, recebe anualmente 20 a 30 pedidos de adesão, uma tradição que tem atravessado gerações ao longo dos 250 anos este organismo
Irmandade do Santo Cristo nos Açores recebe 20 a 30 pedidos anuais de adesão

Autor: Lusa/AO Online

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“Estão sempre a entrar irmãos novos e qualquer pessoa se pode propor a ser irmão. A proposta é depois analisada e decidida pela mesa da Irmandade. Estas pessoas têm gosto em pertencer à instituição por uma questão de fé”, afirmou o provedor da Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres, Carlos Faria e Maia, em declarações à Lusa.

As Festas do Senhor Santo Cristo, que decorrem até 05 de maio, atraem todos os anos a Ponta Delgada milhares de peregrinos, oriundos de todas as ilhas do arquipélago e de vários pontos do país, mas também das comunidades de emigrantes espalhadas pelo mundo.

A Irmandade, na ilha de São Miguel, tem cerca de 400 irmãos de várias idades, entre os quais emigrantes, que pagam uma quota anual de 30 euros, e tem por missão divulgar o culto ao Senhor Santo Cristo dos Milagres, com mais de três séculos.

“A segunda prioridade é ajudar os mais carenciados, que é o que estamos a fazer desde há três anos com o apoio mensal de 30 cabazes a famílias que são designadas pelos párocos das freguesias dos arredores de Ponta Delgada”, adiantou o provedor, acrescentando que estas famílias recebem também na sexta-feira que antecede as festas do Santo Cristo pensões de carne e um bolo de massa.

Faria e Maia garantiu que a Irmandade não é um grupo restrito.

“Temos irmãos em que o pai e filho pertencem à Irmandade do Senhor Santo Cristo”, acrescentou, salientando que é que uma tradição que se perpetua de geração em geração.

Durante a procissão que percorre anualmente, ao longo de várias horas, as ruas da cidade de Ponta Delgada, cabe aos irmãos transportar aos ombros o andor com a imagem do ‘Ecce Homo’, oferecida às freiras Clarissas pelo papa Paulo III há mais de 400 anos e que pesa cerca de 450 quilos, bem como as lanternas, uma missão feita por turnos.

Carlos Faria e Maia avançou que o custo das festas se situa nos 200 mil euros e que este ano se elegeu como mensagem de reflexão para as festividades a frase “Cristo, vivência de amor e misericórdia”, em homenagem ao papa Francisco.

A capa que a imagem vai ostentar este ano na procissão de domingo será revelada na sexta-feira em conferência de imprensa.

Faria e Maia voltou a defender a realização de um estudo e avaliação das joias do Santo Cristo, alegando que este levantamento documentado seria também importante por uma questão de segurança do acervo.

“Não há estudo de peça nenhuma em relação às joias que fazem parte do Senhor Santo Cristo. Não existem fotografias e não há nada documentado com pormenores das joias, das pedras e com a quantificação”, referiu.

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