Inflação é grande desafio que vai demorar a resolver
13 de set. de 2023, 09:27
— LUSA/AO online
“Outro grande desafio económico é a
persistência de uma inflação elevada. Christine Lagarde [presidente] e o
Banco Central Europeu [BCE] estão a trabalhar arduamente para manter a
inflação sob controlo, [mas] sabemos que o regresso ao objetivo de médio
prazo do BCE levará algum tempo”, disse Ursula von der Leyen, no seu
discurso sobre o Estado da União em 2023, na sessão plenária do
Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.Discursando
pela quarta vez desde que assumiu funções, a última neste mandato, a
responsável elencou “três grandes desafios económicos para a indústria
no próximo ano”.Em causa estão a “escassez
de mão-de-obra e de competências, a inflação” e a necessidade de
“facilitar a atividade das empresas”, num contexto de contido
crescimento económico, de consequências da guerra na Ucrânia e de uma
apertada política monetária que dificulta o acesso ao financiamento.Tais
desafios surgem, de acordo com a líder do executivo comunitário, numa
altura em que também se pede à indústria que lidere a transição limpa,
pelo que urge “olhar para o futuro” e definir a forma de a UE se manter
competitiva.Por essa razão, Von der Leyen
pediu a Mario Draghi, ex-presidente do BCE, “uma das maiores mentes
económicas da Europa, que preparasse um relatório sobre o futuro da
competitividade europeia”.A taxa de
inflação tem vindo a baixar nos últimos meses após registar valores
históricos devido à reabertura da economia pós-pandemia de covid-19, à
crise energética e às consequências económicas da guerra na Ucrânia, mas
ainda assim acima do objetivo de 2% fixado BCE para a estabilidade dos
preços.Para o atingir, o BCE tem apertado a política monetária com sucessivos aumentos das taxas de juro, agora a um ritmo mais lento.Este
discurso sobre o Estado da União, um exercício anual a marcar o início
do ano legislativo, ocorre quatro anos após a eleição de Von der Leyen -
que iniciou o seu primeiro mandato à frente do executivo comunitário em
dezembro de 2019 - e a menos de um ano das eleições europeias de 2024,
marcadas para junho.