Açoriano Oriental
Homem que escondeu cadáver da namorada no quarto começou a ser julgado

O homem suspeito de ter matado a namorada e ocultado o seu cadáver durante mais de 24 horas num quarto da casa onde habitavam, em Faro, começou esta quarta-feira a ser julgado.

Homem que escondeu cadáver da namorada no quarto começou a ser julgado

Autor: Lusa/AO online

O caso, que remonta a setembro de 2016, começou a ser desvendado a partir de uma suspeita de tentativa de suicídio, já que o homem se barricou no apartamento, ameaçando atirar-se da varanda de um 7.º andar, o que motivou a intervenção da polícia.

Miguel Silva, agora com 38 anos, é acusado dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e coação agravada e, de acordo com a acusação, "agiu de forma deliberada, livre e consciente, demonstrando "profundo desprezo pela vida humana".

Segundo a acusação, o crime terá ocorrido depois de Regina Nunes, de 21 anos, se ter recusado a ter relações sexuais com o arguido, que lhe deu uma bofetada e puxou a vítima quando esta tentou fugir para a sala de estar.

Ao puxá-la, "caíram ambos no chão junto aos pés da cama", tendo o arguido ficado "sobre as costas" da vítima e, logo depois, puxado o fio elétrico do aquecedor que se encontrava perto dos pés da cama, enrolando-o à volta do pescoço da vítima.

"O arguido só parou de apertar o fio elétrico à volta do pescoço de Regina Nunes quando esta deixou de se contorcer", refere a acusação, que acrescenta que, depois, o arguido tapou o corpo da vítima com mantas e tolhas, saindo, de seguida, do quarto do apartamento que era partilhado entre o casal e a proprietária.

Vera Costa, a dona da casa, relatou em tribunal que a 27 de setembro de 2016 chegou a casa do trabalho, pensando estar sozinha, mas ao aperceber-se de que Miguel estava no quarto perguntou-lhe pela vítima, mas este respondeu que não sabia dela.

No dia seguinte, outras amigas de Regina, que não sabiam nada dela desde o dia anterior, começaram a procurá-la, tendo-se dirigido à casa onde a vítima vivia e ao hospital de Faro, para tentar saber se esta teria dado ali entrada.

José Bate, um dos agentes da PSP que acorreu ao local, revelou em tribunal que o arguido, quando questionado por um inspetor da PJ pela vítima, disse que ela estava ao seu lado, mas que não precisava de ajuda, pois já não se mexia.

A mãe e as amigas da vítima hoje inquiridas em tribunal classificaram como instável e conturbada a relação do casal, que tinha começado em 2011, ainda em Beja, de onde eram naturais, quando Regina tinha apenas 16 anos.

A próxima sessão do julgamento está agendada para o dia 19 de fevereiro às 16:00.


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