Hamas acredita que uma visita de Obama a Gaza mudaria a sua visão do conflito

8 de mar. de 2013, 15:30 — Lusa/AO Online

"O Hamas rejeita negociar com Israel, mas não se oporia a uma visita de Obama a Gaza com a esperança de que a atitude dos Estados Unidos mudasse perante a realidade", declarou o presidente do Conselho Legislativo, Aziz Dweik, citado pela agência Maan. Obama vai visitar a região a 20 de março para fortalecer a amizade entre os Estados Unidos e Israel, segundo Dweik. "Estamos habituados a que os Estados Unidos vejam a nossa causa de um só ângulo", lamentou o líder islamita, cujo movimento não é reconhecido nem tem relações com a Administração norte-americana. Em 2006, quando o Hamas venceu as eleições legislativas palestinianas, os Estados Unidos e a União Europeia condicionaram a aceitação do Governo islamita ao fim da violência, ao reconhecimento de Israel e dos acordos de paz firmados até esse momento. Obama vai reunir-se com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e com o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmud Abas, no poder na Cisjordânia. Obama afirmou na quinta-feira perante um grupo de líderes judaicos que recebeu na Casa Branca que não haverá uma "proposta global de paz" durante esta viagem. Salah Al Bardawil, porta-voz do Hamas, considerou que a intransigência de Israel é o que impede Obama de avançar com novas iniciativas. A visita, declarou na quarta-feira, é uma "manobra política para ganhar tempo e acalmar a situação". "Esperamos que Obama seja sério e pressione Israel a aliviar o sofrimento dos palestinianos, o mesmo é dizer que corrija a postura que adotou perante os palestinianos durante o seu primeiro mandato, que foi injusta", concluiu Al Bardawil.