Governo tem de dar "alguma sequência" às propostas do PCP para chegar à aprovação
OE2022
19 de out. de 2021, 11:18
— Lusa/AO Online
“Se o Governo quiser,
efetivamente, ter Orçamento, tem de dar alguma sequência às questões que
nós colocámos, tem de dar resposta, mas uma resposta concreta, com
medidas de avanço”, sustentou o dirigente comunista, em entrevista ao
programa Polígrafo SIC, transmitida durante a noite de hoje na
SIC-Notícias.João Oliveira acrescentou que o PCP “não tomou nenhuma decisão ainda relativamente à votação” do OE2022.“Fizemos
uma avaliação daquilo que é hoje o nosso posicionamento, não apenas
face à proposta que o Governo entregou na Assembleia da República, mas
também face a uma resposta mais global que é preciso dar aos problemas
do país”, completou.Questionado sobre um
eventual cenário de crise política decorrente do 'chumbo' do Orçamento
do Estado, o líder da bancada comunista referiu várias vezes que o
partido não está a pensar em eleições legislativa antecipadas,
considerando que agora “é o momento de construir” soluções para resolver
os problemas socioeconómicos de Portugal.Interpelado
sobre se ainda há tempo para construir as soluções aos problemas
identificados pelo PCP, João Oliveira colocou o ónus no Governo.“A
discussão que se vai fazer nos dias 26 e 27 [de outubro] na Assembleia
da República é uma discussão que tem de ter já clarificada qual é a
perspetiva que pode sair daquele Orçamento e na resposta global aos
problemas do país, como é que esse Orçamento se encaixa nela”, elaborou.O
PCP sabe, prosseguiu o líder parlamentar comunista, que as propostas
que apresentou não são “questões momentâneas, que de um dia para o outro
se possam resolver”, mas da parte do Governo, insistiu várias vezes ao
longo da entrevista, houve sempre “resistência”.O
também membro do Comité Central comunista disse ainda não ser possível
fazer uma comparação com a viabilização de orçamentos anteriores, já que
o PCP faz uma análise de acordo com o contexto em que os documentos
apresentados estão inseridos. Em 2021,
explicou, o quadro era o da pandemia, mas este ano o cenário é outro,
acrescentando, no entanto, que o executivo socialista “ainda tem tempo,
ainda tem espaço para dar resposta” aos problemas do país.