Açoriano Oriental
Governo dos Açores refuta acusações de "atentado ambiental" no Pico

A secretária regional do Governo dos Açores com a pasta do Ambiente refutou hoje críticas de um alegado "atentado ambiental" na ilha do Pico, sublinhando que a zona em causa "está de forma igual como estava antes".

Governo dos Açores refuta acusações de "atentado ambiental" no Pico

Autor: Lusa/AO Online

Em causa está a montagem de uma tenda eletrónica na Plataforma Costeira das Lajes do Pico a propósito das festas da Semana dos Baleeiros, equipamento que motivou o envio de uma missiva por parte de um grupo de cientistas denunciando um "atentado ambiental".

Hoje, ouvida na delegação de Angra do Heroísmo do parlamento dos Açores a pedido do PSD, a secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo, Marta Guerreiro, reconheceu que a tenda, de 25 por 20 metros, foi "inserida efetivamente em área protegida", mas numa zona "profundamente degradada de há mais de 30 anos", que já serviu, por exemplo, de "depósito de estaleiro de diversas obras executadas nas suas proximidades".

A "natureza temporária da instalação" e o facto de a zona ser "contígua à zona urbana da vila das Lajes do Pico" fez com que fosse considerado "pouco significativo" o impacto ao nível do ruído.

"A zona está de forma igual como estava antes da intervenção. (...) Não foi a tenda que mudou o que foi feito ou não nos últimos anos", assinalou a governante, garantindo existir um projeto de recuperação da zona e que, se tal já estivesse implementado, não seria dada autorização para a montagem da tenda.

O facto de "não ter havido alterações" nos pedidos à tutela "face a pedidos de anos anteriores" sobre montagens de equipamentos no mesmo espaço foi elemento também abonatório para a decisão favorável à montagem da tenda.

Um grupo de cientistas denunciou recentemente num documento enviado à presidente do parlamento dos Açores, um "atentado ambiental" na Plataforma Costeira das Lajes do Pico, numa intervenção que incluiu a remoção de vegetação e a realização de festas.

José Azevedo, professor associado do Grupo da Biodiversidade dos Açores, da universidade açoriana, e primeiro subscritor do documento, refere que a violação ocorreu em agosto num local abrangido pela Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies das Lajes do Pico.

De acordo com o cientista, a intervenção “consistiu na remoção do coberto vegetal, na deposição e compactação de inertes e na construção e funcionamento durante três noites de uma tenda eletrónica para a realização de ‘raves’” durante as festas da Semana dos Baleeiros, tendo “todas estas ações sido aprovadas pelos órgãos próprios do município das Lajes do Pico e do Governo Regional dos Açores”.


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