Açoriano Oriental
Governo dos Açores, produção e indústria concertam medidas para escoar leite
O presidente do Governo dos Açores declarou hoje que estão a ser trabalhadas medidas para o escoamento de produtos lácteos, iniciativa que a produção e a indústria regional subscrevem como forma de fazer face à crise do setor.
Governo dos Açores, produção e indústria concertam medidas para escoar leite

Autor: Lusa/AO Online

 

“Isso vai implicar alterações ao nível dos critérios de pagamento de um conjunto de prémios europeus, nomeadamente o prémio à vaca leiteira e aos produtos lácteos, porque a lógica da atribuição desses apoios não pode ser da continuidade do incentivo ao aumento da produção, devendo coadunar-se com a conjuntura que vivemos”, disse Vasco Cordeiro.

O presidente do executivo açoriano reuniu-se hoje, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, com representantes da produção e da indústria do leite por forma a encontrar soluções para fazer face aos impactos negativos da crise do mercado do leite na região.

Referindo que o encontro acabou por “consolidar esta abordagem”, o responsável considerou que, se for tomada como referência a quantidade de leite que era possível produzir no final do regime de quotas leiteiras, em março de 2015, a região vai estar numa situação de “relativa comportabilidade da gestão deste processo”.

Vasco Cordeiro especificou que no capítulo do escoamento existe uma série de medidas que foram abordadas, como campanhas de marketing e apoios à exportação de produtos, sobretudo em mercados “mais voláteis”.

O governante recusou “terminantemente” a abordagem que a União Europeia atualmente faz deste problema e que considerou “caracterizar-se por se ter o poder de decisão em Bruxelas e as responsabilidades pelos efeitos dessas medidas colocadas ao nível de cada país e de cada região”.

Vasco Cordeiro considerou que, desta forma, se “está a fazer depender da capacidade financeira” de cada país e da região a “intensidade da resposta”, o que significa, na sua leitura, que se está a privilegiar as agriculturas dos países com maior capacidade financeira e prejudicar os que têm menor.

O líder do executivo açoriano adiantou que há um trabalho que agora será feito, tendo sido agendada, nesse contexto, uma próxima reunião para meados de maio.

O presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, defendeu que os agricultores que estão a produzir menos por imposição da indústria devem ser compensados por via do POSEI (programa específico para as regiões ultraperiféricas) no prémio aos produtos lácteos.

Já Eduardo Vasconcelos, do grupo BEL Fromageries, com uma unidade fabril no concelho da Ribeira Grande, considerou que não faz sentido apoios à produção neste momento, devendo estes serem reequacionados para escoar os produtos excedentários.

O gestor considerou que na reunião de hoje foi feito “algum caminho para se promover os produtos dos Açores através de uma campanha para o consumo do leite, tendo por base a promoção da região como zona de excelência de produção”.

Todas as partes envolvidas congratularam-se, entretanto, com a materialização do Centro Açoriano de Leite e Laticínios (CALL), que tem por missão acompanhar e intervir no setor do leite e laticínios da região e no qual têm assento o executivo regional, a produção e a indústria.

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