Em declarações à agência Lusa, o presidente da CONFAP, Jorge Ascenção, lembrou que, ao contrário de segunda-feira, dia da greve de professores, a paralisação de dia 27 abrange toda a função pública, tornando a realização de exames mais difícil.
“A CONFAP tem vindo a dizer que é desejável que haja serenidade e estabilidade para que as crianças realizem os seus exames. Parece-nos que devem ser tomadas medidas, tão breve quanto possível, no sentido de garantir a estabilidade e a necessária serenidade para a realização de exames”, disse.
No entender de Jorge Ascenção, devem ser marcados exames para outros dias para garantir a "estabilidade" das crianças dos 6.º e 9.º anos.
“Se no dia 27 a greve é geral, não é só de professores, é de toda a função pública, temos muitos mais profissionais diretamente ligados à educação ou indiretamente, como os dos transportes. Obviamente que o grau de incerteza para a realização da prova será muito maior”, sublinhou.
Na segunda-feira, mais de 20 mil alunos não realizaram a prova de Português devido à greve dos professores, o que levou o ministro Nuno Crato a anunciar a data de 02 de julho para que os alunos afetados pela paralisação possam fazer o exame.
De acordo com os sindicatos, a adesão à greve de segunda-feira ficou próxima dos 93%.
Já o Ministério da Educação referiu que o número de alunos que conseguiu fazer exames rondou os 70.000, equivalente a cerca de 80% dos estudantes que iam fazer exame.
Os professores protestam contra o regime de requalificação profissional e a mobilidade geográfica proposta pelo Governo, bem como o aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais.
Os sindicatos temem o despedimento de professores do quadro e a dispensa de contratados, em larga escala.
Na sexta-feira, os sindicatos vão debater se as greves às avaliações se prolongam para a semana de 24 a 28 de junho.
Os sindicatos da educação voltam na próxima segunda-feira, 24 de junho, ao ministério tutelado por Nuno Crato para uma reunião de negociação suplementar dedicada à mobilidade especial e à mobilidade interna.
A Lusa tentou saber qual a abertura do ministério da Educação para mudar o dia do exame em questão, mas até ao momento não foi possível estabelecer o contacto.
