Açoriano Oriental
Governo da República deve compensar SATA por rotas em três ilhas

O BE nos Açores considerou que compete ao Governo da República ressarcir financeiramente a transportadora SATA pelo serviço público prestado com as ligações diretas entre as ilhas do Faial, Santa Maria e Pico e Lisboa.

Governo da República deve compensar SATA por rotas em três ilhas

Autor: Lusa/AO Online

"Tendo em conta que são ligações da região ao exterior, devem ser assumidas pelo Governo da República. É a nossa visão sobre a matéria", considerou o líder dos bloquistas açorianos, António Lima, em declarações aos jornalistas na cidade da Horta.

O dirigente do BE reuniu-se com a Associação de Turismo Sustentável do Faial a propósito das ligações aéreas da ilha com o continente.

Para António Lima, as rotas em causa "têm de ser mantidas" e "têm que ser efetivamente mantidas com uma compensação financeira à SATA", empresa que presta um "serviço público indispensável" ao Faial, Santa Maria e Pico.

O bloquista defendeu uma "discussão aberta, transparente e pública" sobre as ligações entre as três ilhas e o continente - para além de Faial, Pico e Santa Maria, também a Terceira e São Miguel têm ligações com o continente, estas duas com maior número de voos.

Na semana passada, o presidente da SATA, Luís Rodrigues, assegurou que a companhia continuará a ter ligações diretas entre as ilhas do Faial, Santa Maria e Pico e Lisboa, embora lembrando que cabe aos "decisores políticos" e ao regulador ultrapassar algumas questões.

"Não. Perentoriamente, não", garantiu o responsável da empresa, depois de questionado pela RTP sobre se estaria em cima da mesa o fim das ligações diretas feitas pela Azores Airlines entre aquelas três ilhas e Lisboa.

Luís Rodrigues foi entrevistado no Telejornal da RTP/Açores e abordou uma das matérias do plano de reestruturação da SATA, que indica que a companhia não pode continuar a operar rotas deficitárias financeiramente, como são as ligações diretas à capital feitas pelos 'hubs' de Faial, Santa Maria e Pico.

O regulador da aviação "deve estar a abrir a qualquer momento" o concurso para essas rotas, adiantou o gestor, que confirmou que a SATA concorrerá às rotas.

"Essas rotas são deficitárias. Qualquer conversa que dispute isso não é séria", reconheceu, atribuindo os prejuízos a razões como o tráfego "ser muito reduzido" nas rotas, apesar do crescimento recente, ou o regular mau tempo que obriga a alterações de voos.

O tema, disse, "não é resolúvel pela companhia", cabendo aos "decisores políticos" - Governo Regional e Governo da República - e ao regulador "sentarem-se e discutirem e dizerem como o problema deve ser resolvido".

"A companhia é parte ativa e está lá para ajudar, mas também está lá para voarem o que lhe disserem para voar. O problema da compensação [financeira] tem de ser resolvido a nível político", sustentou.

O plano de reestruturação da transportadora açoriana SATA, apresentado recentemente, prevê o regresso aos lucros em 2023, com o presidente da administração da empresa a mostrar confiança que, a partir desse ano, a operação seja "sustentável".

"Se conseguirmos concretizar tudo como temos planeado, por um lado, e se não houver um agravamento das condições pandémicas ou outras coisas quaisquer que possam vir a surgir, as iniciativas confluem para que 2023 seja, de facto, um ano de inversão e a operação se torne sustentável a partir daí", declarou Luís Rodrigues na apresentação do documento..

No plano, é estimada para este ano uma perda de 28 milhões de euros, em 2022 o resultado deverá andar perto do zero e, em 2023, já são admitidos lucros na casa dos 23 milhões de euros.

O plano de reestruturação da transportadora prevê, até 2025, poupanças totais de 68 milhões de euros.


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