Autor: Lusa/AO online
"Trata-se de um investimento de enorme relevância social para os doentes cancerosos e para as suas famílias", afirmou o secretário regional da Presidência, André Bradford, acrescentando que a obra terá um custo total de cerca de seis milhões de euros.
A decisão do executivo foi tomada na passada sexta-feira em reunião do Conselho de Governo e dada a conhecer hoje aos jornalista em Ponta Delgada.
André Bradford referiu que a futuro centro de radioterapia irá fazer com que a região passe a dispor de uma nova unidade de cuidados de saúde "com serviços diferenciados e numa área de grande relevância médica, com capacidade máxima de tratamento de cerca de 500 doentes por dia".
Segundo o responsável, a classificação como Projeto de Interesse Regional (PIR) pressupõe uma majoração, que não quantificou, dos apoios a conceder à empresa Quadrantes - Clínica Médica e Diagnóstico, Sociedade Unipessoal, Lda.
O governante adiantou que a instalação desta unidade na ilha de S. Miguel permitirá "evitar a deslocação de doentes oncológicos para fora da região", como acontece presentemente.
O Centro de Radioterapia dos Açores estava inicialmente previsto como parceria público-privada, mas, depois de ter sido recusado por duas vezes o visto do Tribunal de Contas, o executivo regional abandonou esta ideia, passando o projeto a ser um investimento privado, candidato a fundos comunitários e a incentivos regionais.
O Conselho de Governo decidiu também classificar como PIR o projeto de deslocalização da Fábrica de Tabaco Micaelense do centro de Ponta Delgada para o parque industrial Azores Park e a criação de um parque eólico na Serra do Cume, na ilha Terceira.
O secretário regional da Presidência adiantou que o projeto da Companhia Açoriana de Energias Renováveis, com um valor estimado de 5,6 milhões de euros, irá contribuir para a "diversificação e consolidação da oferta energética a partir de fontes renováveis".
"O Plano Energético Regional prevê que, até 2018, 40% da energia primária e 75% da eletricidade produzida nos Açores sejam de origem renovável", recordou.
O Governo Regional, liderado por Carlos César, aprovou também o decreto que regulamenta o regime jurídico do acesso e utilização de recursos naturais do arquipélago para fins científicos, com o objetivo de acautelar a proteção e conservação do património genético.
André Bradford assegurou que existem "manições de interesse" de empresas para, por exemplo, efetuarem prospeção dos fundos marinhos açorianos. Com as novas regras, referiu, a região terá de ser sempre consultada antes de ocorrerem atividades de investigação científica ao património genético.