Açoriano Oriental
Governo açoriano admite considerar fim do monopólio nas ligações com o ilhéu de Vila Franca
O diretor regional dos Assuntos do Mar dos Açores admitiu hoje "considerar no futuro" a abertura da ligação para o ilhéu de Vila Franca do Campo a operadores marítimo-turísticos, terminando assim com o monopólio existente naquela rota.
Governo açoriano admite considerar fim do monopólio nas ligações com o ilhéu de Vila Franca

Autor: Lusa/AO Online

“Penso que é justo o interesse das empresas marítimo-turísticas. Poder-se-á considerar este aspeto no futuro, certamente”, declarou à agência Lusa Filipe Porteiro.

Atualmente a ligação marítima para o ilhéu de Vila Franca do Campo, um dos maiores pontos de interesse turístico da ilha de São Miguel, é assegurada durante o verão pelo clube naval local, com embarcação própria, ao abrigo de um protocolo celebrado com o Governo dos Açores, que cessa em 2016.

O Clube Naval de Vila Franca do Campo assegura as receitas geradas pelo transporte de passageiros (cinco euros por pessoa) e, em contrapartida, uma vez que se trata de uma reserva natural, dá apoio logístico, durante todo o ano, à Sociedade Portuguesa para Estudo das Aves (SPEA), entre outras funções ambientais e de limpeza.

A SPEA, por seu turno, beneficia de 10% do valor do bilhete cobrado aos turistas e locais que se deslocam ao ilhéu, onde combate as infestantes e cuida das colónias de aves existentes.

O governante considerou que o protocolo existente está a funcionar “muitíssimo bem”, quer pelo serviço prestado pelo Clube Naval de Vila Franca do Campo, quer pelas atividades que estão a ser desenvolvidas no ilhéu, mas adiantou que “haverá a oportunidade de rever” esta situação.

Filipe Porteiro salvaguardou, contudo, que, face à quota diária que existe para os banhistas e visitantes do ilhéu de Vila Franca (400 pessoas), será mais difícil controlar os visitantes.

Questionado sobre a possibilidade de se realizar um concurso público para exploração da rota marítima com o ilhéu, o titular da pasta dos Assuntos do Mar declarou que, presentemente, “todas as alternativas são válidas” para que se encontre a “solução mais adequada”.

“Pode haver, por exemplo, uma quota de serviços, das viagens ou do número de visitantes do ilhéu que possa ser usada pelos operadores marítimo-turísticos”, declarou.

Frisando ser “legítima” a aspiração das empresas marítimo-turísticas, que confirma já terem manifestado a vontade junto do Governo dos Açores de explorar a ligação com o ilhéu, Filipe Porteiro sublinhou que a solução encontrada tem que agradar as pessoas, mas garantir também a sustentabilidade do próprio ilhéu.

“Auscultaram-nos sobre esta possibilidade, mas como temos o protocolo em vigor, parece-me difícil dar o dito por não dito”, refere o diretor regional.

De acordo com Filipe Porteiro, os valores ambientais da reserva natural do ilhéu de Vila Franca do Campo “são consideráveis” e há que geri-los em harmonia com o potencial turístico, admitindo que a pressão turística “aumentou claramente” nos últimos tempos, em especial na ilha de São Miguel.

O ilhéu de Vila Franca do Campo foi adquirido pelo Governo Regional dos Açores e classificado como reserva natural a 03 de março de 1983.

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