Autor: Lusa/ AO online
O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, demitiu por decreto o uso do gerúndio nos órgãos do governo e proibiu o uso do gerúndio para desculpa de ineficiência.
O político alegou que perdeu a paciência com alguns assessores que estão sempre "fazendo, providenciando, estudando, preparando, encaminhando", mas nunca concluem um trabalho ou estabelecem um prazo para a sua finalização.
José Mário Costa, jornalista e responsável pelo site Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, disse à agência Lusa que a medida adoptada só pode ser vista como "simbólica" e com "piada".
Também a professora e linguista Regina Rocha, do Ciberdúvidas, considera que o decreto apenas é válido num contexto político.
"O gerúndio é uma forma verbal que sugere duração e prolongamento da acção" e é uma "construção que vem do português antigo", acrescentou.
Estes dois especialistas recordam que em Portugal o gerúndio caiu em desuso, utilizando-se, em seu lugar, o infinitivo.
“Ou seja, em vez de dizermos "estou fazendo", dizemos "estou a fazer"”, exemplificou.
Regina Rocha esclareceu que a própria fonética dos verbos conjugados no gerúndio transmite a ideia de prolongamento, dado que têm mais sílabas.
Sobre a ideia do governador brasileiro, José Mário Costa defendeu a existência de orientações do ponto de vista ortográfico a serem seguidas, nomeadamente pelas entidades públicas, jornais e televisões.
O jornalista deu como exemplo o erro comum de abreviar os números ordinais.
José Mário Costa explicou que se escreve muitas vezes primeiro com um (um) numérico e um (o) em expoente, quando deveria ser um (um) numérico seguido de um ponto (.) e só depois o (o) em expoente.
As abreviaturas são sempre seguidas de um ponto, referiu.
O político alegou que perdeu a paciência com alguns assessores que estão sempre "fazendo, providenciando, estudando, preparando, encaminhando", mas nunca concluem um trabalho ou estabelecem um prazo para a sua finalização.
José Mário Costa, jornalista e responsável pelo site Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, disse à agência Lusa que a medida adoptada só pode ser vista como "simbólica" e com "piada".
Também a professora e linguista Regina Rocha, do Ciberdúvidas, considera que o decreto apenas é válido num contexto político.
"O gerúndio é uma forma verbal que sugere duração e prolongamento da acção" e é uma "construção que vem do português antigo", acrescentou.
Estes dois especialistas recordam que em Portugal o gerúndio caiu em desuso, utilizando-se, em seu lugar, o infinitivo.
“Ou seja, em vez de dizermos "estou fazendo", dizemos "estou a fazer"”, exemplificou.
Regina Rocha esclareceu que a própria fonética dos verbos conjugados no gerúndio transmite a ideia de prolongamento, dado que têm mais sílabas.
Sobre a ideia do governador brasileiro, José Mário Costa defendeu a existência de orientações do ponto de vista ortográfico a serem seguidas, nomeadamente pelas entidades públicas, jornais e televisões.
O jornalista deu como exemplo o erro comum de abreviar os números ordinais.
José Mário Costa explicou que se escreve muitas vezes primeiro com um (um) numérico e um (o) em expoente, quando deveria ser um (um) numérico seguido de um ponto (.) e só depois o (o) em expoente.
As abreviaturas são sempre seguidas de um ponto, referiu.