Autor: Lusa/AO Online
Na mesma sala, encontram-se novos e velhos, experientes e novatos. "Vai haver uma prova de fumo lento informal, mas seguindo as regras internacionais", contou à Lusa José António Miranda Ferreira, presidente do Clube do Cachimbo em Portugal e detentor do recorde nacional em provas de fumo, titulo que conseguiu numa competição em Espanha.
Com apenas um fósforo e três gramas de tabaco, conseguiu estar com o cachimbo acesso mais de hora e meia. "Uma hora, 38 minutos e 35 segundos", precisa o campeão. Nestas provas, os recordes ficam registados em cronómetros até aos segundos.
Quanto às regras, podem não ser muitas, mas são para ser cumpridas: a cada concorrente é dado três gramas de tabaco, dois fósforos e um calcador. Têm cinco minutos para colocar o tabaco no cachimbo, um minuto para acender e depois é preciso "muita calma" para chegar ao final. Esta é uma daquelas provas em que o último é o primeiro.
"O objectivo aqui não é fumar, mas sim competir, ou seja, conseguir manter mais tempo o cachimbo acesso" e para isso é importante não perder a calma: "há pessoas que se enervam e deixam apagar o cachimbo", diz.
Hoje, as portas estão abertas para quem quer aprender: "Vamos ensinar a carregar o cachimbo e disponibilizaremos cachimbos a quem não tiver". Depois é saborear o fumo que "anda pelo céu da boca e pela língua", sentir o sabor "na língua e nas papilas".
E quem sabe, no final, a associação não consiga mais sócios. Hoje, o Clube do Cachimbo em Portugal conta com cerca de 200 associados, dos 20 aos 80 anos. E António Ferreira garante que é fácil ficar seduzido por este mundo, onde a maioria dos cachimbos de profissionais são obras-primas feitas à mão e o tabaco tem cheiros e aromas de todos os cantos do mundo.