Autor: Rui Jorge Cabral
“Quando
comecei com este trabalho, os ralis ainda eram muito como antigamente,
as pessoas iam para a beira da estrada e ficavam ali... Mas a FIA não
admite isso e eu sou hoje apelidado da pessoa ‘má’ do rali... Há colegas
meus, quando chego ao final de um troço, que olham para a minha cara e
nem dizem nada, porque já sabem que a coisa foi muito complicada lá
atrás no troço”, explica Eduardo Pastor.
A importância da passagem
do carro da segurança antes do troço é tão grande que, caso haja um
atraso e os primeiros concorrentes já estejam a chegar ao controlo de
partida, são os carros ‘0’ que são mandados sair do troço e nunca o
carro da segurança, que tem de fazer o seu trabalho até ao fim.
Ao
longo dos anos, Eduardo Pastor passou por situações que não lembrariam a
ninguém como, por exemplo, o ter de convencer um casal de noivos
acabados de sair da sua festa de casamento de que tirar fotografias no
meio da bonita alameda dos plátanos, no fim do troço da Tronqueira,
mesmo antes da passagem dos carros de rali, não era a melhor ideia para a
segurança deles e do fotógrafo. “Eu estou a chegar ao sítio e os noivos
estão ali com o fotógrafo a tirar fotografias e eu só lhes disse: por
amor de Deus, vocês não podem estar aqui agora”, recorda.