Açoriano Oriental
"Foi o grande estroina, no bom sentido da palavra"
A cantora Simone de Oliveira, em declarações à Lusa, afirmou que Nicolau Breyner, hoje falecido aos 75 anos, "foi o grande estroina, no bom sentido da palavra, que adorava uma boa gargalhada".

Autor: Lusa/AO Online

 

Nicolau Breyner, realçou a atriz e cantora, “foi um ator de comédia muito completo e tão verdadeiro”, assim como “excelente ator de cinema e realizador”.

“Conheci-o há 50 anos, e guardo dele a amizade, a ternura, o respeito, o bom colega, o homem louco, apaixonado, que me tratava por Maria Saudade e eu [que o tratava] por João Nicolau, nunca o tratei por Nico - ele dizia que era só eu e a mãe que o tratavam assim”.

Para Simone, “perde-se um grande homem da cultura, um ator, um diretor de atores, uma pessoa com grande sensibilidade, que não foi um grande cantor, porque não quis, chegámos a fazer os dois uma peça em que ambos cantávamos, eu tinha 25 e ele, 23 anos”.

Nicolau Breyner, que estudou canto e era tenor, concorreu, em 1968, ao Festival RTP da Canção, com a canção "Pouco mais", que se classificou em 4.º lugar.

“Era um colega extraordinário, incapaz de uma maldade, de uma coisa feia, foi um ‘bom vivant durante a vida toda”, disse Simone.

A atriz Manuela Maria, emocionada, recordou a primeira peça em que contracenaram, “Boa noite, Betina”, no extinto Teatro Monumental, em Lisboa, protagonizada por Laura Alves.

“Foi a primeira de muitas vezes, no teatro, na televisão e no cinema”, afirmou, acrescentando que, entre si, o seu marido, o ator Armando Cortez, e Nicolau Breyner, "havia uma grande familiaridade e respeito mútuo”.

“Eu tratava-o por Nico, ele, a mim, por Manecas, e tratava o Armando [Cortez] por Manduca”, contou.

A comédia “Pouco barulho”, no Teatro Villaret, em que participaram também Guida Maria e Morais e Castro, entre outros, e a “A Gravata”, no Teatro Monumental, cujo elenco incluiu, entre outros, Paulo Renato e Alina Vaz, foram duas peças que Manuela Maria realçou, nas quais contracenou com Nicolau Breyner.

Entre as telenovelas, Manuela Maria referiu “Cinzas”, de Francisco Nicholson, “entre muitas outras".

O ator e realizador Nicolau Breyner, 75 anos, morreu hoje, em casa, em Lisboa, disse à agência Lusa fonte da assessoria do ator.

Nascido em Serpa, no distrito de Beja, a 30 de julho de 1940, com uma carreira de mais de 60 anos, o ator deixou uma marca na televisão portuguesa, sobretudo através de telenovelas muito populares como "Vila Faia" e "Cinzas", entre outras.

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