Autor: Lusa/AO online
"Estamos super satisfeitos com o resultado desta segunda edição, que verdadeiramente superou as nossas expetativas", afirmou Jesse James, da organização do festival, num balanço à Lusa desta iniciativa que começou a 27 de julho e vai terminar no domingo. O festival, cujas atividades decorreram nos concelhos de Ponta Delgada e Ribeira Grande, pretendeu "promover e dinamizar o espaço público e a intervenção social através da arte", criando um "museu ao ar livre global e democrático". Nesta segunda edição participaram mais de 40 artistas regionais, nacionais e internacionais, num "festival de arte pública" que incluiu um programa dinâmico com exposições, formações, concertos e encontros temáticos. "Na primeira edição passaram pela galeria cerca de 1.300 pessoas, número que foi atingido este ano em apenas duas semanas", revelou Jesse James, acrescentando que "esta é a prova da adesão do público ao festival". Os trabalhos artísticos expostos na galeria, instalada este ano num edifício junto ao Teatro Micaelense, vão ser vendidos, revertendo a receita para o funcionamento da associação que organiza o Festival Walk anda Talk. Uma das intervenções deste festival decorreu na parede traseira de uma casa, junto a um hotel na marginal de Ponta Delgada, onde surgiu um enorme cetáceo pintado em tons de azul, branco e preto, uma referência direta à observação de baleias e golfinhos no arquipélago. Hazul, nome artístico do jovem natural do Porto que pediu férias no emprego para participar no festival, demorou três dias a completar a sua pintura de mural, num trabalho que o deixou "orgulhoso e satisfeito". "A ideia deste trabalho surgiu por acaso. Queria fazer uma peça única e marcante", afirmou Hazul em declarações à Lusa, salientando ter utilizado entre seis e sete latas de spray para completar a obra. Hazul revelou que começou por fazer grafitis clandestinos, evoluindo depois para outro tipo de intervenções artísticas devidamente autorizadas, procurando "juntar o útil ao agradável". "Estou muito encantado com o que encontrei por cá. Quero ver se aproveito para conhecer as belezas da ilha, porque nunca tinha vindo aos Açores", afirmou o jovem artista nortenho.