Açoriano Oriental
Festival “Verão Clássico” junta em Lisboa 170 jovens músicos de 29 países

O festival e academia “Verão Clássico”, sob a direção do pianista Filipe Pinto-Ribeiro, realiza-se a partir do dia 29 até 07 de agosto, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, e apresentará concertos diários e ‘masterclasses’.

Festival “Verão Clássico” junta em Lisboa 170 jovens músicos de 29 países

Autor: Lusa/Ao online

Este ano foram selecionados 170 jovens músicos, mais 19 que no ano passado: 107 são portugueses e 63 de 28 países, entre eles Japão, Espanha, Israel, Nova Zelândia, Brasil, Islândia, Croácia, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Rússia e Estados Unidos.

“Regista-se, na participação de jovens músicos, um aumento de 15% em relação ao ano passado”, disse à agência Lusa Pinto-Ribeiro, que realçou “o crescimento alargado geograficamente dos participantes, que revelam um interesse transversal”.

Da programação constam seis concertos “TalentFest”, com entrada livre, em que se apresentam os jovens músicos, alguns dos quais já laureados em concursos internacionais, e os “MastersFest”, que são efetuados pelos professores e solistas, e que “são muito concorridos, e sempre de sala cheia”.

O pianista referiu a procura que há por parte do público estrangeiro que se desloca a Lisboa para assistir a estes concertos, que qualificou como “muito estimulantes, porque estes músicos desdobram-se em palco em formações diferentes e compositores todos diferentes”.

Wolfgang Amadeus Mozart e Dmitri Schostakovich são os compositores que vão estar mais em evidência nos concertos “MasterFest”, sendo a abertura do festival com o Quinteto para Trompa e Cordas, de Mozart, e o encerramento com o Quinteto para Clarinete e Cordas, de Schostakovich.

O compositor russo Dmitri Schostakovich (1906-1975) estará, aliás, presente em todos os concertos, no âmbito do “pré-lançamento” do álbum com a primeira gravação mundial da Integral da Música de Câmara para Piano e Cordas, pelo DSCH – Schostakovich Ensemble, do qual Pinto-Ribeiro é o diretor artístico.

O álbum deverá ser oficialmente apresentado no outono, adiantou o músico.

A programação do "Verão Clássico" assinala ainda o centenário da morte do compositor francês Claude Debussy, e serão também interpretadas “obras-primas de Beethoven, Schumann, Brahms, Dvořák”.

Entre as presenças destacadas neste certame, Pinto-Ribeiro referiu a estreia dos “grandes pianistas” Imogen Cooper e Aleksandar Madžar, do trompista Radek Baborák, “considerado por muitos o melhor da atualidade, do fantástico violoncelista Adrian Brendel", da flautista Adriana Ferreira, recentemente nomeada 1.ª Flauta Solo da Orquestra da Academia Nacional de Santa Cecília, de Roma, do contrabaixista Janne Saksala, "uma referência mundial do seu instrumento", 1.º Contrabaixo Solo da Filarmónica de Berlim.

Outros músicos já participaram em edições anteriores e regressam este ano, designadamente, os violinistas Corey Cerovsek e Jack Liebeck, a violetista Isabel Charisius, e o clarinetista Pascal Moraguès, que desde 1981 é o 1.º Clarinete Solo da Orquestra de Paris.

Desde a 1.ª edição do "Verão Clássico" têm participado o violoncelista Gary Hoffman e o diretor artístico e pedagógico do festival, o pianista Filipe Pinto-Ribeiro.

As 'masterclasses' do "Verão Clássico" vão ser orientadas por 12 professores e decorrem, simultaneamente, em várias salas do CCB, e para estudo e ensaio dos jovens músicos participantes, são também utilizadas 25 salas no edifício da AMEC/Metropolitana, nas proximidades do CCB.

No ano passado, realizaram-se 380 aulas e, para este ano, estão previstas “mais de 430 aulas abertas” para oito instrumentos - piano, violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, clarinete e trompa - e ainda, de música de câmara.

No final da academia/festival, são atribuídos prémios aos músicos que mais se destacaram, em cada instrumento, e há ainda um prémio de música de câmara.

“O objetivo principal é reconhecer-lhes o talento e dar-lhes palco”, e neste sentido os premiados ganham a possibilidade de atuar com orquestras portuguesas, designadamente a do Norte, a Clássica do Sul, a do Festival Internacional de Música de Marvão, que começou na sexta-feira, e a Filarmonia das Beiras.

Novidade na edição deste ano é a vertente de cruzamentos disciplinares entre a Música e a Ciência, “com o intuito de estabelecer simbioses inovadoras e de estimular a capacidade de reflexão e de espírito crítico”.

A cientista Maria José Lourenço, do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, apresentará a conferência “A Química da Música e o Compositor-Químico Alexander Borodin”, médico, cientista e compositor russo, de origem georgiana, que viveu entre 1833 e 1877.


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