Açoriano Oriental
Homenagem
Festival de France homenageia Cesária Évora
O festival de música D'Île de France arranca no sábado e prolonga-se, em viagem por diversos monumentos da capital francesa e dos seus arredores, até 14 de outubro, dedicando três noites de homenagem à cantora cabo-verdiana Cesária Évora.
Festival de France homenageia Cesária Évora

Autor: Lusa/AO Online

 

Nos dias 28, 29 e 30 vão cantar, no Circo de Inverno de Paris, Camané, Bonga, Mayra Andrade, Teófilo Chantre, Angélique Kidjo e Ismaël Lo, todos acompanhados por músicos de Cesária Évora, incluindo Khaly, teclista e diretor musical do grupo da “diva dos pés descalços”, falecida em dezembro de 2011.

Em declarações à agência Lusa, o diretor do festival, Olivier Delsalle, explicou que o tema do encontro deste ano é a diáspora, e que, por isso, Cesária Évora era uma figura “incontornável” no programa, no qual ocupa “posição de destaque”.

“Quisemos homenageá-la na sequência da sua morte, [mas também] porque ela é, para nós, uma embaixadora e encarna a alma de Cabo Verde. Ela é a ligação entre o seu país e a comunidade na diáspora, e tornou-se ainda mais do que isso - uma estrela, uma artista reconhecida universalmente como a voz crioula da lusofonia e de África”, afirmou.

Olivier Delsalle lembrou que o Festival d’Île de France “é uma viagem” e usa, “para manter o rumo, um tema que é desenvolvido e ilustrado pelos concertos de cada edição”, através do “testemunho de uma sociedade, de uma dada cultura, ou de um percurso artístico”.

Aqui cabem “estéticas diversas” em termos musicais, “do Renascimento à criação contemporânea”, e Cesária Évora surge a ilustrar uma diáspora que passa pelos palcos ao lado, por exemplo, “das deslocações do povo judeu ou da diáspora arménia”.

Os espetáculos olham também para os “instrumentos e repertórios que viajaram, que acompanharam estes movimentos populacionais”.

O diretor do festival disse ainda que a homenagem à cabo-verdiana que internacionalizou a morna ganha outra escala pelo local em que acontece: “O Circo de Inverno de Paris permite uma relação de grande proximidade entre o público e os artistas”, lembrou, destacando a importância da diversidade dos músicos que vão atuar durante as três noites de espetáculo.

Camané, por exemplo, ilustrou, representa o fado, que “partilha com a morna cabo-verdiana uma nostalgia, uma saudade”, e que dá voz a Lisboa, uma cidade “muito importante na carreira de Cesária Évora”.

A lusofonia vai ainda ter destaque na noite de abertura, no sábado, no cineteatro Trianon, pelas mãos do brasileiro Lulinha Alencar, que vai levar o forró do Nordeste à noite dedicada ao acordeão.

O Festival d’Île de France terá, ao todo, 29 concertos em 26 locais diferentes da capital francesa e arredores, todos em monumentos ou lugares que estão normalmente fora de acesso do grande público.

O encontro recebe entre 20 mil e 25 mil espetadores todos os anos.

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