Açoriano Oriental
Fernando Pimenta sonha com ouro olímpico, mas chegar a Tóquio é o primeiro passo

Fernando Pimenta, duplamente campeão nos recentes Campeonatos do Mundo de canoagem, disse esta segunda-feira que "sonha" ser campeão olímpico em Tóquio2020, mas, por ora, só pensa no apuramento, durante uma homenagem em Ponte de Lima.

Fernando Pimenta sonha com ouro olímpico, mas chegar a Tóquio é o primeiro passo

Autor: Lusa/AO Online

Após um fim de semana marcado pela conquista de dois títulos mundiais - K1 1.000 e K1 5.000 -, em Montemor-o-Velho, o atleta, recebido nos paços do concelho da sua localidade de origem, realçou que, depois da medalha de prata, em 2012, nos Jogos de Londres, com Emanuel Silva, no K2 1.000, ambiciona o seu primeiro ouro olímpico em 2020, mas com um passo de cada vez.

"O sonho é esse [a medalha de ouro olímpica]. Primeiro é preciso ter o sonho. Depois, é preciso trabalhar para se concretizar. O primeiro passo é o apuramento olímpico, e, depois do apuramento olímpico, é que se pode continuar a sonhar com mais certezas de se poder estar na luta", realçou.

O atleta limiano, de 29 anos, alcançou, no sábado, o primeiro título mundial de K1 1.000, categoria olímpica, após ter vencido a final com um tempo de 3.27,666 minutos e superado por 725 milésimos de segundo o alemão Max Rendschmidt, medalha de prata, e por 1,511 segundos o checo Josef Doostal, bronze.

Pimenta realçou que o K1 1.000 foi a especialidade à qual deu "maior prioridade", por ser a "prova rainha da canoagem em todo o mundo" e por ter reunido os "candidatos ao título", que abdicaram da prova de K1 500.

O atleta mostrou-se igualmente satisfeito com a evolução registada face ao bronze no mundial de 2015, em Milão (Itália), e à prata no de 2017, em Racice (República Checa).

Além da vitória inédita em K1 1.000, o atleta limiano repetiu o título mundial de 2017 em K1 5.000, ao completar a prova decisiva com uma marca de 21.42,196 minutos, suficiente para bater o dinamarquês René Poulsen, segundo classificado, por 1,527 segundos, e o espanhol Javier Hernanz, terceiro, por 4,369.

Com um currículo que regista ainda títulos europeus e vitórias na Taça do Mundo, Pimenta admitiu que teve um "fim de semana de sonho", com títulos "muito especiais", lembrando, no entanto, que é hora de "voltar à terra".

Além de ter recebido uma placa de homenagem pelas mãos do presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, Vítor Mendes, o canoísta recebeu também uma nova bandeira do concelho, depois de ter ficado sem a bandeira que o acompanhava em todas as competições, em Montemor-o-Velho.

"A bandeira é muito importante. Já me acompanhava desde Londres. Gosto de levar as cores e a bandeira de Ponte de Lima para as competições. Quando demos por ela [em Montemor], a bandeira já lá não estava. Infelizmente, ninguém se denunciou", disse.

Também presente na cerimónia, o treinador do atleta limiano, Hélio Lucas, mostrou-se satisfeito por a estratégia ter funcionado em pleno, sem qualquer problema com as táticas dos adversários, e enalteceu a facilidade com que o seu pupilo venceu a prova de K1 5.000, um dia depois de ter conseguido um feito inédito em K1 1.000.

"O Fernando fez uma prova como nunca vimos na canoagem: controlou a prova do princípio ao final, e, em mais de metade, não deixou ninguém ir para a frente", disse.


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