Açoriano Oriental
Exercício final com vista à certificação para uso civil reuniu mais de 100 pessoas

A Força Aérea portuguesa e entidades de socorro civis simularam hoje na base das Lajes, nos Açores, um cenário de acidente, com vista à certificação da infraestrutura para uso civil, que envolveu mais de uma centena de pessoas.

Exercício final com vista à certificação para uso civil reuniu mais de 100 pessoas

Autor: Lusa/AO Online

"Este é o exame final. Se o exame final correr bem, significa que a construção dos documentos está bem feita, que a base aérea n.º4 está pronta, que consegue ter atores internos e que faz a articulação com os atores externos", adiantou, em declarações aos jornalistas, o tenente-coronel José Nogueira, Chefe de Estado Maior da Zona Aérea dos Açores e controlador do exercício.

Em 27 de julho de 2016, o Governo da República e o Governo Regional dos Açores assinaram um protocolo que previa a conclusão do processo de certificação para uso civil da base das Lajes no espaço de dois anos.

Esta semana, de visita à ilha Terceira, o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, defendeu que "será possível confortavelmente cumprir esse prazo", alegando que o último passo antes da conclusão do processo seria este exercício.

José Nogueira considerou prematuro tirar conclusões do simulacro, mas disse estar "confiante" num bom resultado.

"Para já, numa apreciação sumária daquilo que foi feito até agora, penso que estamos no bom caminho", apontou.

O objetivo era testar os documentos "fulcrais" para a certificação da infraestrutura, como o plano de emergência e o manual do aeródromo e o programa de segurança.

"O exercício à escala total, assim como é denominado, é uma exigência legal para verificar a eficiência da documentação elaborada e depois permitir a certificação", explicou o tenente-coronel.

O simulacro será avaliado pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a Força Aérea fará também uma avaliação interna, para verificar se os seus procedimentos "foram cumpridos e se se ajustaram ao esperado pela aviação civil".

"Vamos deixar os decisores refletirem, pensarem, analisarem os resultados do exercício. Isto não é um processo imediato, é um processo que demora o seu tempo e tem de ser muito bem ponderado", disse José Nogueira.

Foi simulado um cenário de acidente com um avião que efetua as rotas inter-ilhas nos Açores.

A suposta aeronave, que transportava 82 pessoas de São Miguel para a Terceira, falhou a aterragem, devido a uma fuga de hidráulicos que afetou o controlo, e a condições atmosféricas adversas.

"Este é um cenário que nós não queremos ver acontecer, mas se acontecer temos de estar prontos", frisou o Chefe de Estado Maior da Zona Aérea dos Açores.

O exercício envolveu "cerca de 120 pessoas", entre Força Aérea portuguesa e americana, bombeiros, PSP, Proteção Civil dos Açores, Governo Regional e aerogare civil, entre outros.

"Os bombeiros, o centro de operações, o controlo de tráfego aéreo têm de articular de forma a que a resposta seja logo um minuto, dois minutos depois de acontecer o acidente. Em simultâneo são ativados mecanismos de articulação com a Proteção Civil, com a direção regional de Saúde?", explicou José Nogueira.


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