Açoriano Oriental
Evan McMullin, republicano anti-Trump, anuncia candidatura à Casa Branca
O republicano Evan McMullin anunciou a sua candidatura às eleições presidenciais norte-americanas de 8 de novembro para tentar travar o candidato oficial do partido, o multibilionário Donald Trump, que ainda é contestado no seio dos conservadores.

Autor: Lusa/AO online

 

“Nunca é tarde para fazer a coisa certa e a América merece muito melhor do aquilo que Donald Trump ou Hillary Clinton nos podem oferecer”, escreveu o candidato, um desconhecido ex-operacional da área de antiterrorismo dos serviços secretos norte-americanos (CIA) sem qualquer experiência política, na sua página na rede social Facebook.

Evan McMullin, de 40 anos, era até há pouco tempo um colaborador do grupo parlamentar republicano na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso norte-americano).

Um responsável do grupo parlamentar esclareceu hoje que o ex-agente da CIA já não trabalha naquela estrutura.

As últimas semanas têm sido particularmente difíceis para Trump, ao protagonizar uma série de polémicas e erros que fizeram aumentar o número de republicanos que duvidam das capacidades do candidato presidencial oficial do Partido Republicano para liderar o país ou que já expressaram o seu apoio à adversária democrata Hillary Clinton.

“Num ano em que os americanos perderam a fé nos candidatos dos dois principais partidos, é tempo de uma nova geração de líderes avançar”, afirmou Evan McMullin.

“Humildemente apresento-me como um líder que pode dar aos milhões de norte-americanos descontentes uma melhor escolha para Presidente”, acrescentou.

Segundo o canal de televisão norte-americano ABC, a campanha de McMullin é apoiada por uma organização intitulada "Better for America" (“Melhor para a América”, na tradução em português), financiada por republicanos que se opõem à candidatura de Donald Trump.

A campanha de McMullin antevê-se extremamente difícil: os prazos para constar nos boletins de voto em vários dos 50 estados federais norte-americanos já passaram, o reconhecimento do ex-agente da CIA a nível nacional é inexistente e será bastante complicado rivalizar com os orçamentos de dezenas de milhões de dólares das candidaturas oficiais dos partidos Republicano e Democrata.

O surgimento de candidatos fora do círculo dos dois grandes partidos dos Estados Unidos (republicanos e democratas) tem sido uma das questões em foco nas eleições presidenciais norte-americanas deste ano.

Donald Trump e Hillary Clinton estão entre os candidatos presidenciais mais impopulares da história norte-americana e os dois são encarados com desconfiança por grandes grupos do eleitorado.

O facto de muitos eleitores – cerca de 10% em recentes sondagens – admitirem que vão escolher um terceiro candidato a 08 de novembro é um dado a ter em consideração.

Uma sondagem sobre as intenções de voto de eleitores com menos de 30 anos, citada na passada sexta-feira pelo The Washington Post, revelava que Trump era ultrapassado por outros dois nomes na corrida à Casa Branca: o ex-governador republicano do Novo México e candidato do Partido Libertário (o terceiro maior partido dos EUA) Gary Johnson e a candidata presidencial do Partido Verde Jill Stein.

Segundo esta sondagem realizada pela McClatchy-Marist, o candidato republicano só garantia 9% das intenções de voto destes eleitores com menos de 30 anos, atrás de Clinton (41%), Johnson (23%) e Stein (16%).

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