"Todos os anos fazemos a garraiada e os bichinhos não sofrem nada", disse hoje, em declarações à Lusa, a presidente da associação de estudantes, Melissa Ávila.

A semana académica da Associação de Estudantes do Campus de Angra do Heroísmo decorre de 08 a 17 de abril e para o primeiro sábado está programada uma garraiada na praça de toiros da ilha Terceira, depois de um desfile pelas principais artérias de Angra do Heroísmo e da ‘queima do grelo’.

Há alguns dias a associação académica começou a receber vários ‘e-mails’, incluindo de associações de defesa dos direitos dos animais, com a mesma mensagem, manifestando "repúdio" pela realização da garraiada e apelando a que seja banida do programa da semana académica.

"Pelo seu percurso histórico, a Universidade dos Açores tem, neste campo, uma responsabilidade acrescida e não pode, assim, continuar a permitir-se promover atividades que violam o princípio básico de não provocar sofrimento desnecessário", pode ler-se numa mensagem, a que a Lusa teve acesso.

Segundo Melissa Ávila, a contestação ao evento, que se realiza há vários anos, chegou apenas por endereço eletrónico e a associação de estudantes não registou outras manifestações por parte da comunidade académica ou da população da ilha.

A presidente da associação de estudantes considerou, por outro lado, que a garraiada não promove o sofrimento dos animais, pois não são espetados e se o animal está cansado, é recolhido.

No Porto, a garraiada que costumava encerrar a Queima das Fitas foi suspensa, este ano, devido à "fraca adesão dos estudantes".

No entanto, na Terceira, segundo Melissa Ávila, "ainda há muita adesão" por parte dos estudantes do campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores.