Açoriano Oriental
Espólio de Arruda Furtado, discípulo português de Darwin, exibido em Lisboa
Uma centena de peças do espólio do naturalista Francisco Arruda Furtado, conhecido por ter sido um dos poucos portugueses a corresponder-se com Charles Darwin, vai ser exposta em Lisboa, a partir de 6 de março.
Espólio de Arruda Furtado, discípulo português de Darwin, exibido em Lisboa

Autor: Lusa/AO Online

A conceção da exposição é do Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa (MUHNAC), em parceria com o Museu Carlos Machado e o Teatro Nacional de São Carlos.

"Francisco Arruda Furtado (1854-1887), discípulo de Darwin" é o título da nova exposição que evoca o naturalista açoriano que se destacou, ainda jovem, no estudo dos moluscos e da antropologia.

A abordagem de Francisco Arruda seguia as teorias evolucionistas, em particular do cientista britânico Charles Darwin, com quem se correspondeu durante dois anos, trocando ideias, informações, pedindo conselhos e livros.

A exposição irá mostrar mais de uma centena de peças, entre manuscritos, desenhos, livros, exemplares de história natural, instrumentos científicos e vestuário, que espelham uma muito pequena parte dos mais de 3.000 manuscritos e desenhos originais de Arruda Furtado.

O naturalista mudou-se para Lisboa, em 1885, para integrar a Secção Zoológica do Museu Nacional de Lisboa (atual MUHNAC), mas durante dois anos regressou a Ponta Delgada, dedicando-se ao estudo e à catalogação da coleção de conchas e moluscos do museu.

Morreu aos 33 anos, deixando uma vasta obra, e dezenas de trabalhos inacabados, na sua maioria ainda hoje inéditos, segundo o MUHNAC, que conserva o espólio em arquivo.

De acordo com o museu, estes documentos encontram-se disponíveis "online", desde maio de 2014, após de um ano de catalogação, conservação e digitalização que contou com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.

O percurso expositivo encontra-se organizado em três núcleos temáticos: "Arruda e Darwin", com as cartas trocadas entre ambos os cientistas, "Vida e obra", sobre a conceção alargada da natureza, e a "Obra inédita", em particular as obras de divulgação e ensino.

São comissários da exposição os historiadores David Felismino e Ana Carneiro, e a arquivista Alda Namora.

A mostra "Francisco Arruda Furtado (1854-1887), discípulo de Darwin" é inaugurada no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa às 18:00 de 06 de março.

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