"Quando fomos para Lisboa, começámos a investir nas mesmas pessoas e hoje temos uma equipa de portugueses que está há muito mais tempo connosco porque ficámos dez anos seguidos em Portugal, e dez fora do Brasil", conta a vice-presidente da empresa Rock in Rio, Roberta Medina.
Realizado no Brasil pela primeira vez em 1985, o evento decorreu mais duas vezes no Brasil - em 1991 e 2001 - antes de chegar a Lisboa, em 2004, onde se fixou como uma festa bienal que celebrará dez anos de existência em maio do próximo ano.
De acordo com a empresária, a equipa permanente, que não se desfaz após o período em que o evento se realiza, dando início logo em seguida aos preparativos para o ano seguinte, é composta por 50 profissionais, dos quais, pelo menos, 20 são portugueses.
"A equipa portuguesa é a nossa equipa itinerante, é o núcleo duro, e vamos formando pessoas noutros países", salientou Roberta, citando as áreas de produção, operações, logística e engenharia apenas como alguns dos exemplos de setores controlados por portugueses.
A maior parte desse núcleo, que trabalhou a partir de Lisboa no ano passado, mudou-se para o Brasil no início do ano - a oito meses da realização do Rock in Rio 2013 - para começar a acertar todos os detalhes.
"É preciso estar no terreno para conhecer a realidade do local. Aqui [Brasil] é bem mais complicado, primeiro pela dimensão do projeto, que é muito maior, envolve muito mais quantidade de tudo e, segundo, pela capacidade de resposta dos fornecedores, que é um pouco mais deficiente", comentou à Lusa o arquiteto português Eurico João.
Responsável pela coordenação da montagem dos contentores, além de coordenar as áreas de elétrica e hidráulica da Cidade do Rock, o arquiteto e toda sua equipa ficarão no Rio de Janeiro mais um mês e meio após a conclusão do evento, que terá sua última apresentação no próximo domingo, dia 22.
"Terminando o festival, temos de desmontar todo este ‘circo’. Em princípio, está pensado seguirmos para Lisboa na primeira semana de novembro", explicou.
A mesma rotina é seguida pela também portuguesa Joana Tomás, de 28 anos, que trabalha na área de marketing. O trabalho feito na área de comunicação para promover a festa em Lisboa e no Brasil são muito diferentes, mas a experiência em ambos ajuda a criar "know how" sobre a "marca" Rock in Rio, que acaba por ser o mesmo.
"Precisamos de fazer várias adaptações. Em Lisboa, tratamos o público por tu e aqui, por você. Tudo que é campanha de publicidade tem de ser diferente, a linguagem muda, um email para um cliente ou um fornecedor tem de ser adaptado", acrescenta.
A festa, que chega este ano à sua 13ª edição, a quinta a ser realizada no Brasil, celebrará dez anos de Rock in Rio-Lisboa nos dias 23, 25, 30, 31 de maio e 01 de junho de 2014.
