Autor: Lusa/AO online
“É certo que têm existido historicamente rivalidades entre as ilhas da Terceira e de São Miguel. São conhecidas. Mas, eu acho que é a altura definitiva de darmos um passo em frente nas relações comerciais, institucionais e até sociais entre as duas ilhas”, afirmou o presidente da CCAH, Marcos Couto, na cerimónia de assinatura do protocolo, em Angra do Heroísmo.
O acordo assinado entre a associação que representa empresários das ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge e o núcleo empresarial do concelho da Lagoa, na ilha de São Miguel, prevê a partilha de benefícios entre associados, por exemplo, em feiras, exposições e formações, bem como o estabelecimento de sinergias entre associações.
“Acho que se abre uma nova realidade na relação entre as instituições e uma realidade que tem em vista o desenvolvimento harmónico do todo regional e a perspetiva de que esse desenvolvimento cabe a todas as associações e agentes económicos”, adiantou Marcos Couto.
Segundo o presidente da CCAH, esta cooperação com o Núcleo de Empresários da Lagoa, constituído em 2003 e independente da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada, poderá ser a primeira de várias.
“Poderão existir outras relações que se venham a estabelecer com outros núcleos empresariais e outras associações empresariais. É o começo de uma nova realidade na relação institucional entre as várias associações comerciais que existem nos Açores”, disse.
Para o presidente do NELAG, Luciano Melo, o protocolo vai permitir estreitar relações, mas também partilhar “competências, informações e vantagens” entre associados.
“Somos todos açorianos, remamos todos para um bem comum, que é o desenvolvimento harmónico dessas nossas nove ilhas”, frisou.
O representante dos empresários da Lagoa alertou para as dificuldades que a economia açoriana atravessa, não apenas na área do turismo, devido à pandemia de covid-19.
“O setor do turismo é o que mais sofreu, mas não é o único. Eu faço visitas guiadas a quem quiser conhecer a realidade do pequeno comércio, dos micro e pequenos empresários, por esses Açores todos”, salientou.
O presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo destacou as mesmas preocupações, salientando que a crise “não é exclusiva do turismo” e é “transversal a todas as ilhas”.
“Temos de nos começar a preocupar também com os atrasos da chegada dos dinheiros às empresas e com as dificuldades que as empresas começam a enfrentar, começar a pensar um pouco mais à frente no que vai acontecer quando acabarem as moratórias bancárias e de que forma é que as empresas se vão suportar”, apontou.