Açoriano Oriental
Empresários de São Miguel alertam para "aprofundamento" da crise na restauração

A comissão especializada da restauração da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada alertou para "o aprofundamento da crise no setor" devido à pandemia de Covid-19 e pediu "medidas específicas de apoio" para zonas com maiores restrições.

Empresários de São Miguel alertam para "aprofundamento" da crise na restauração

Autor: Lusa/AO online

A direção da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) e a Comissão Especializada da restauração reuniram-se para analisar a situação do setor e refletir sobre as perspetivas para este ano, tendo constatado "o aprofundamento da crise", face "à continuação da situação pandémica e das medidas sanitárias que têm sido tomadas para a controlar, uma vez que têm implicado restrições ao funcionamento dos estabelecimentos da restauração, no caso de São Miguel".

"A situação que se continua a verificar no setor em Rabo de Peixe, devido às sucessivas cercas sanitárias, torna ainda mais difícil a situação das empresas da restauração sediadas naquela localidade, que se encontram limitadas a prestarem serviço ao domicílio, o que é manifestamente muito insuficiente para manterem as suas estruturas", refere a associação empresarial em comunicado.

A vila de Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, está sob cerca sanitária desde o dia 13 de janeiro e é a localidade açoriana com maior número de casos de covid-19, com 180 positivos ativos atualmente.

Tendo em consideração a existência de "situações especiais", em que as empresas localizadas em determinadas localidades "têm sofrido um acréscimo de penalização, como é o caso de Rabo de Peixe, com as sucessivas cercas sanitárias", a CCIPD entende que "devem ser criadas também medidas específicas de apoio para estas zonas, que mitiguem adequadamente estas situações".

A "incerteza sobre a evolução da situação pandémica nos próximos meses provoca uma situação de angústia no setor, que se encontra crescentemente debilitado", aponta a Câmara do Comércio de Ponta Delgada, prevendo que venha a ocorrer "o encerramento de estabelecimentos", situação que "se deve evitar, para se poder manter a oferta do setor, quando se der a retoma da atividade".

A comissão realça com "satisfação" as "recentes melhorias em geral na situação sanitária em São Miguel", o que se traduz "em menores restrições para a restauração", mas que "ainda limitam até às 20:00 o funcionamento dos estabelecimentos, o que, na prática, inviabiliza uma parte significativa, para muitos restaurantes, da sua principal fonte de receita".

Foi ainda considerada da "maior importância a existência de um leque diversificado de medidas públicas de apoio, nacionais e regionais, criadas ao longo dos últimos meses", por serem "instrumentos relevantes" para "ajudar na sobrevivência das empresas do setor e consequentemente da manutenção de muitos postos de trabalho".

A associação empresarial das ilhas de São Miguel e Santa Maria destaca "a forma positiva de como foi lançada a Medida de Apoio Imediato à Liquidez", a sua "rápida operacionalização e o célere pagamento às empresas".

Atualmente, os Açores registam 424 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, sendo 353 em São Miguel, 48 na Terceira, 18 no Faial, três no Pico, um nas Flores e um no Corvo.

Desde o início da pandemia, foram detetados 3.685 casos de covid-19 no arquipélago, verificando-se 26 mortes e 3.134 recuperações.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.237.990 mortos resultantes de mais de 103,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 13.017 pessoas dos 731.861 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.


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