Açoriano Oriental
Dia Internacional das Doenças Raras celebra-se hoje em mais de 60 países
O Dia Internacional das Doenças Raras assinala-se esta quinta-feira, em mais de 60 países, para lembrar os milhões de doentes em todo mundo, muitos dos quais crianças, que sofrem de patologias para as quais não há diagnóstico ou tratamento.
Dia Internacional das Doenças Raras celebra-se hoje em mais de 60 países

Autor: Lusa/AO online

Para assinalar a data, a Comissão Europeia anuncia hoje o lançamento de novos projetos de investigação, na área das doenças raras, financiados pela União Europeia, que estarão em funcionamento ao longo deste ano.

Há quase um ano, a Comissão Europeia e o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos lançaram o Consórcio Internacional de Pesquisa de Doenças Raras, que conta já com 30 organizações, que, até 2020, disponibilizará 200 novas terapias e meios para diagnosticar novas doenças raras.

A presidente da Federação de Doenças Raras de Portugal saudou a criação deste consórcio, do qual Portugal faz parte, afirmando que, “se um país deixar de investigar, acaba por morrer”.

“As associações de doentes como a Raríssimas e a Federação das Doenças Raras de Portugal só podem olhar para ele com muito otimismo, e esperando, para bem dos doentes, que se faça um trabalho em prol de quem, infelizmente, nasceu com uma doença não muito conhecida”, disse Paula Costa.

O problema destas doenças “é a sua variedade”, uma vez que existem entre 7.000 a 8.000, adiantou.

Paula Costa salientou que esta efeméride é importante no sentido de, todos os anos, aderirem mais países a esta iniciativa

A presidente da Federação de Doenças Raras lembrou, no entanto, que “todos os dias são bons para comunicar as doenças raras - é o trabalho que a Raríssimas faz nos restantes 364 dias do ano”.

“Estes dias [permitem aos] técnicos e às pessoas envolvidas criar uma maior consciencialização, sensibilização, e perceber que é um problema grave de saúde pública, em qualquer país do mundo, que precisa de ser olhado e de ter orientações muito claras na área do apoio à investigação” e às associações que operam nesta matéria, porque só assim se consegue “fazer um trabalho diferenciado”, disse Paula Costa.

Apesar de olhar para estes dias com “muito otimismo”, a também presidente das Raríssimas disse que “tem de haver coragem política, para pegar neste assunto com o interesse e a particularidade que merece, e isso não tem acontecido”.

A Aliança Portuguesa de Associações de Doenças Raras alertou para “divergências de tratamento entre doenças, e até na mesma doença, para o desconhecimento por parte dos médicos, a falta de equidade no acesso a tratamentos e as enormes dificuldades nesse acesso”.

Defendeu ainda a urgente aplicação do Plano Nacional para as Doenças Raras, aprovado em 2008.

A organização sublinha que “não é por serem raros” que são poucos os doentes, estimando-se que 4% da população seja afetada pelas cerca de sete mil doenças já identificadas.

Estes doentes “sofrem na pele todas as dificuldades acrescidas de serem portadoras de doenças pouco conhecidas ou não identificadas, a maioria delas altamente debilitantes”, refere a Aliança.

De acordo com os dados da Comissão Europeia, um em cada quatro doentes esperou mais de 30 anos, antes de lhe ser dado o diagnóstico correto.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados

Este site utiliza cookies: ao navegar no site está a consentir a sua utilização.
Consulte os termos e condições de utilização e a política de privacidade do site do Açoriano Oriental.