Açoriano Oriental
Desnutrição infantil duplica na Somália
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou que o número de crianças desnutridas na Somália deverá duplicar em 2017, chegando aos 1,4 milhões, e que 275 mil possam mesmo morrer.

Autor: Lusa/Açoriano Oriental

“Todos os dias haverá mais” crianças desnutridas, disse em conferência de imprensa o porta-voz da UNICEF Marixie Mercado, acrescentando que o Fundo da ONU recebeu apenas 78,8 dos 148 milhões de dólares (72 dos 136 milhões de euros) necessários para aliviar a crise humanitária na Somália, o que representa menos 47% do financiamento.

Nos primeiros três meses do ano, a UNICEF assistiu mais de 56 mil crianças, um número 88% maior do que o relativo ao mesmo período do ano passado.

De acordo com a agência da ONU, quando as crianças estão gravemente desnutridas têm nove vezes mais probabilidades de morrer de doenças como a cólera, a diarreia e sarampo, doença que está atualmente a expandir-se.

A cólera e a diarreia foram as doenças infantis mais mortais durante a crise de fome na Somália, em 2011, em que 260 mil pessoas morreram num período de 18 meses e metade eram crianças.

A combinação de doenças, secas e deslocamentos é “mortal para as crianças e precisamos de fazer muito mais, e mais rapidamente, para salvar vidas”, disse o representante da UNICEF na Somália, Steven Lauwerier.

Cerca de 615 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, foram deslocadas por causa da seca desde novembro de 2016, juntando-se ao milhão de deslocados anteriormente, disse o porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) Jens Laerke.

A UNICEF afirmou também que a necessidade de deslocação das crianças as torna cada vez mais vulneráveis a serem recrutadas por grupos armados.

A Somália vive num estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre saiu do poder.

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