Segundo o presidente da Junta de Freguesia do Faial da Terra, Paulo Nazaré, a derrocada ocorreu na zona do Burguete no Faial da Terra.

Numa das habitações, que ficou com o primeiro andar praticamente soterrado, foram salvas quatro pessoas - uma mulher e as três filhas, com 4, 16 e 18 anos, mas não foi possível salvar o marido, com cerca de 50 anos.

Na segunda casa que ficou completamente soterrada desapareceram dois irmãos, órfãos, com idades a rondar os 30 anos: às 6h00, foi encontrado um dos homens e às 9h00 o segundo, informou à Lusa a Proteção Civil regional, confirmando-se deste modo três vítimas mortais.

A terceira casa foi afetada apenas parcialmente, tendo os seus habitantes conseguido escapar à derrocada por uma janela.

O vice-presidente do Serviço Regional de Proteção Civil dos Açores disse à Lusa que os bombeiros estão com dificuldade em aceder à terceira casa, por causa da lama e das “dificuldades de acesso”.

O presidente da Câmara Municipal da Povoação admitiu à RTP/Açores, na emissão especial das 3h00, que não espera encontrar com vida as duas pessoas desaparecidas, tendo em conta a quantidade de material que invadiu a casa.

Uma equipa cinegética da PSP está no terreno para tentar identificar com cães presença humana nos destroços, mas sem sucesso.

Toda a zona do Burguete foi evacuada, tendo as pessoas sido encaminhadas para a Casa do Povo ou acolhidas em casa de familiares.

De acordo com o presidente da Junta de Freguesia, nada fazia prever que o talude iria ceder. Nunca tinha dado problemas, afirmou ao Açoriano Oriental.

Ainda segundo a mesma fonte, a mãe e a menina de quatro anos foram levadas para o Centro de Saúde de Povoação para observação. A mãe está em choque e a criança está assustada e apresenta pequenas escoriações, de acordo com o testemunho de Bernardete Espinha, médica do Centro de Saúde de Povoação.

No terreno estarão cerca de bombeiros das corporações de Povoação (a primeira a chegar ao local), Ponta Delgada, Ribeira Grande e Vila Franca do Campo, bem como outros elementos da Proteção Civil.

Ao todo são cerca de 400 pessoas entre bombeiros e elementos da Proteção Civil e também pessoal e máquinas da Secretaria Regional do Turismo e Transportes estão a tentar remover os escombros no sentido de saber se existe mais algum corpo na terceira habitação.

No local, marcaram presença o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, Bruno Pacheco, diretor regional das Obras Públicas e Equipamentos, e o presidente da Câmara Municipal da Povoação, Carlos Ávila, entre outras autoridades.

A estrada entre o Nordeste e a Povoação está interrompida a cerca de um quilómetro depois da Ponta da Madrugada.

Aguarda-se mais informação.