Açoriano Oriental
Designer cria coleção 100% são-tomense a ser apresentada na 1.ª Semana da Moda de São Tomé
A designer de moda portuguesa Catarina Sequeira criou uma coleção 100% feita em São Tomé, com produtos e mão-de-obra local, que será apresentada na primeira edição da São Tomé & Príncipe Fashion Week (STPFW), que começa na segunda-feira.
Designer cria coleção 100% são-tomense a ser apresentada na 1.ª Semana da Moda de São Tomé

Autor: Lusa / AO online


A designer de moda portuguesa está a viver em São Tomé desde maio, para onde se mudou depois de ter terminado a sua marca Saymyname, "por questões pessoais e financeiras", contou em declarações à Lusa.

Antes de ir entrou em contacto, através das redes sociais, com o diretor criativo do espaço Cacau, "um espaço cultural que organiza uma série de iniciativas".

Ainda à distância, Dário Pequeno Paraíso contou-lhe que iria organizar a primeira STPFW e convidou-a para participar com a Saymyname. Com a decisão de terminar a marca e de viver em São Tomé já tomadas, Catarina Sequeira propôs "desenvolver uma coleção 100% são-tomense, inspirada na cultura, nas tradições, no traje típico e só com materiais e mão-de-obra de São Tomé".

A coleção é apresentada no último dia da STPFW, 29 de julho, no mesmo dia em que há um desfile da angolana Nadir Tati.

Além do desfile de Catarina Sequeira, haverá também desfiles de outros designers de moda portugueses: Filipe Faísca (dia 27) e Dino Alves (dia 28).

A portuguesa irá também "dar um 'workshop' sobre moda e tendências, explicar como se desenvolve uma coleção e o lado comercial".

A programação da STPFW inclui ainda 'workshops' sobre fotografia, bastidores, maquilhagem e blogues de moda.

Habituada a trabalhar com fábricas, Catarina Sequeira sentiu "alguma dificuldade de adaptação".

"Aqui é tudo muito rudimentar, são usadas máquinas caseiras e eu estou habituada a trabalhar com produção, a fazer peças em série", contou.

As peças de mulher da coleção foram desenhadas por Catarina Sequeira, que também fez a parte de modelação e corte, ficando o resto a cargo de costureiros.

Além disso, desenhou também peças de homem, algo que não fazia "há muito tempo". "Desenhei as peças que vão ser desenvolvidas por um modista, o Hélio, convidado pela STPFW para apresentar o seu trabalho", explicou.

Apesar de se ter inspirado na cultura são-tomense, a coleção "não tem um ar muito africano".

"É também inspirada na minha última coleção de verão de 2017, que apresentei na ModaLisboa. Tem um ar desportivo, juvenil. É uma coleção pequena, que acho mais europeia do que africana, mesmo tendo usado os tecidos africanos", disse.

Além das peças de roupa, a coleção é composta por chapéus de palha e sapatos, criados em parceria com artesãos, uma que cria peças em palha e um que faz calçado com pneus.

As peças da coleção são cedidas à organização e Catarina Sequeira não sabe ainda se serão comercializadas. "Se forem, têm que ser feitas de outra maneira, porque estão com um ar muito artesanal", afirmou.

Catarina Sequeira estabeleceu que ficará a viver em São Tomé e Príncipe por um prazo mínimo de seis meses, o prazo máximo "depende de como as coisas correrem".

A STPFW foi criada este ano, de acordo com a organização, "com o objetivo de promover e evidenciar os costumes e tradições da cultura santomense, colocando São Tomé e Príncipe como referência no panorama dos eventos de Moda internacional".


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