Açoriano Oriental
Demora na atribuição de Nobel ao "pai" da Fertilização In Vitro é uma vergonha
A primeira "bebé-proveta" no mundo, a inglesa Louise Brown, lamenta que a comunidade científica tenha demorado tanto tempo a atribuir a Robert Edwards o Prémio Nobel da Medicina e a reconhecer, dessa forma, a importância da Fertilização In Vitro (FIV).
Demora na atribuição de Nobel ao "pai" da Fertilização In Vitro é uma vergonha

Autor: Lusa/AO online

 

"É uma grande vergonha que tenha demorado tanto para o seu trabalho ser reconhecido com um Prémio Nobel", disse Louise Brown à agência Lusa, numa entrevista exclusiva para Portugal a propósito do livro "A minha vida como o primeiro bebé-proveta do mundo", que será lançado no Reino Unido no sábado, dia em que completa 37 anos.

Louise Brown, que nasceu graças à FIV, desenvolvida por Robert Edwards e Patrick Steptoe (que morreu em 1988), diz que Robert Edwards "era uma espécie de avô" para ela e que sempre se manteve em contacto com ele e a sua mulher Rute, que também era cientista.

Sobre a demora na atribuição do Nobel, que só chegou em 2010, Louise Brown lamenta que esta tenha chegado numa altura em que Robert Edwards já estava com graves prolemas de saúde e incapaz de o receber fisicamente.

"Robert Edwards recebeu muitas críticas nos primeiros dias da Fertilização In Vitro, muitas das quais injustas e de pessoas pouco informadas", lembrou.

Louise sublinha que foi graças ao trabalho desta equipa que milhões de pessoas estão atualmente vivas.

Desde o nascimento de Louise Brown que cerca de cinco milhões de pessoas nasceram graças às técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA), como a FIV, segundo dados da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia.

Em 1989, algumas centenas destas crianças juntaram-se na clínica de fertilidade criada por Robert Edwards e Patrick Steptoe -- a primeira do género no mundo - para homenagear Steptoe, que tinha falecido no ano anterior.

Na altura, Louise Brown e a irmã, Natalie, que também nasceu graças a uma FIV realizada por esta equipa, plantaram uma árvore no jardim da clínica.

As duas irmãs regressaram a este jardim em 2013 para plantarem novas árvores, desta vez em homenagem aos pais, entretanto falecidos.

Robert Edwards morreu em abril de 2013, aos 87 anos.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados