Açoriano Oriental
Costa quer reorientar para a ciência relações de cooperação com os Estados Unidos
O primeiro-ministro, António Costa, defendeu uma "reinvenção" das relações entre Portugal e os Estados Unidos, considerando que uma nova etapa deverá passar pela cooperação nos domínios do conhecimento e da investigação científica.
Costa quer reorientar para a ciência relações de cooperação com os Estados Unidos

Autor: Lusa / AO online

 

António Costa falava no início de um jantar oferecido pela Câmara de Santa Cruz da Graciosa, numa ilha que regista recordes percentuais de cidadãos beneficiários do rendimento social de inserção, mas que tem projetos privados pioneiros ao nível das energias renováveis, como o consórcio germano-francês "Younicos", no campo das baterias para armazenamento de energia.

Um projeto que foi visitado ao final da tarde por António Costa e pelo presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro.

No discurso que proferiu depois, já ao jantar - com o ex-presidente do Governo Regional dos Açores e atual líder parlamentar socialista, Carlos César, sentado na mesa de honra -, o primeiro-ministro defendeu as teses de que, na era das novas tecnologias de comunicação, os projetos inovadores podem expandir-se "independentemente da sua localização" e que o fator "localização é cada vez menos relevante na economia global".

"Os Açores, no meio do Oceano Atlântico, têm a oportunidade de ser um cruzamento ao nível do conhecimento - e a reinvenção da relação de Portugal com os Estados Unidos passa por criar uma nova centralidade baseada no conhecimento e na inovação. O que se está a passar aqui na ilha Graciosa, com um projeto pioneiro nas energias renováveis, não é ficção científica, mas realidade", reforçou o líder do executivo.

Antes da ilha Graciosa, ao início da tarde, o primeiro-ministro tinha visitado a Base Aérea das Lajes, na ilha Terceira, cujo desinvestimento militar norte-americano está em curso desde o início de 2015 e que é considerado "irreversível", embora as autoridades portuguesas, em termos diplomáticos, não deem as negociações como encerradas.

Outra nota do discurso do primeiro-ministro passou por salientar a existência de uma "nova fase" nas relações entre os governos da República e Regional dos Açores, advogando que logo no primeiro dos seus três dias de visita oficial "se resolveu um vasto conjunto de questões pendentes".

António Costa deu como exemplos o Programa de Revitalização Económica da Terceira, destinado a minorar o impacto negativo resultante do desinvestimento militar dos Estados Unidos na Base das Lajes, assim como questões nas áreas da segurança interna e da justiça.

"Logo com a aprovação do Orçamento do Estado para 2016 foi estabelecido o princípio da reciprocidade entre os beneficiários do sistema açoriano de saúde e o Serviço Nacional de Saúde (SNS)", apontou o primeiro-ministro.

Até aqui, o sistema de saúde dos açorianos funcionava como um subsistema do SNS. Um doente açoriano era obrigado a pagar primeiro quando atendido num hospital do continente e só depois era reembolsado.

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