Autor: Lusa/AO Online
Em resposta a Catarina Martins, a porta-voz do Bloco de Esquerda (BE) no debate quinzenal de hoje, Costa reconheceu que em matéria de política orçamental PS e bloquistas não estão sempre "100% de acordo", mas assegurou: "Relativamente aos 20% em que não estamos em acordo, eu assumo essa quota".
E prosseguiu: "Nós faremos tudo para cumprir as metas previstas para o défice orçamental. Mas há uma coisa que gostaria de deixar claro: é que o faremos sem sacrificar os 80% em que estamos de acordo".
Na resposta, Catarina Martins definiu como "importante" a consolidação orçamental de Portugal, mas advogou que "nenhum país tem as contas em ordem quando as pessoas são pobres ou obrigadas a emigrar".
Na sua interpelação ao primeiro-ministro, a bloquista começou por tecer críticas à Comissão Europeia, que "nada diz" sobre o "confiscar de bens dos refugiados" pela Dinamarca mas que faz "rondas de imprensa para atacar o esboço orçamental português".
"Que a direita, que o PSD, venha aqui a este plenário atacar o país utilizando a Comissão Europeia como pretexto, tenham ou não tenham bandeirinha na lapela, diz tudo sobre a direita e o facto de nunca serem capazes de defender Portugal", prosseguiu a porta-voz do Bloco.
Catarina Martins foi também crítica para com Bruxelas e o seu papel na venda do Banif ao Santander: o executivo comunitário, declarou, está "verdadeiramente a assaltar" Portugal, dizendo-se ao mesmo tempo "tão preocupada com o défice" mas fazendo o país "gastar três mil milhões de euros com uma conta que não é sua".
Depois, incentivou António Costa e o seu executivo nas negociações europeias: "Há uma maioria no parlamento e uma força no parlamento que apoia o Governo [e] com coragem de fazer frente a Bruxelas".
A reta final da troca de palavras parlamentares entre Catarina Martins e António Costa foi dedicada à habitação, com a bloquista a pedir garantias ao governante sobre se as pessoas "que precisam de ter o direito à habitação" não irão ser despejadas das casas onde moram.
Costa garantiu o "direito à habitação" como uma das prioridades do seu executivo e vincou, lembrando a sua posição quando foi presidente da Câmara de Lisboa, que a renda nos casos de apoios sociais "tem de ser calculada não por base no rendimento bruto mas no rendimento liquido".
"Necessitamos de uma nova geração de políticas de habitação", prosseguiu o chefe do Governo.
Não por acaso, o Bloco promove esta tarde na Assembleia da República uma audição sob o mote "Para uma nova lei do arrendamento apoiado".
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