Autor: Lusa/AO online
António Costa assumiu estas posições perante cerca de duas centenas de membros da comunidade portuguesa residente em Otava, na sua maioria de ascendência açoriana, tendo ao seu lado o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro.
Neste primeiro ponto da visita oficial ao Canadá, António Costa falou logo sobre o principal objetivo económico do Governo após o acordo de livre comércio celebrado por este país da América do Norte com a União Europeia, o CETA.
"Queremos aumentar as nossas relações económicas, políticas e culturais. O acordo entre a União Europeia e o Canadá é uma grande oportunidade para Portugal - uma oportunidade que o país tem de saber aproveitar", sustentou o líder do executivo nacional.
Na intervenção, o primeiro-ministro mostrou-se convicto que há potencial para aumentar quer a captação de investimento com origem canadiana, quer o investimento português no Canadá.
"No Canadá, nós temos um excelente cartão de visita, que são vocês. Aquilo que o Canadá melhor conhece de Portugal são os portugueses e as portuguesas que vivem neste país", disse, recebendo então muitas palmas da assistência, numa sessão que terminou com um brinde com vinho do Porto.
Para António Costa, o seu Governo tem também como objetivo reforçar a proximidade face aos portugueses emigrantes e aos lusodescendentes, tendo então apontado a alteração da lei da nacionalidade.
"A nacionalidade portuguesa é agora atribuída a mais lusodescendentes do que anteriormente", disse, aludindo, depois, ao facto de estar na Assembleia da República em análise uma proposta para que cidadãos com dupla nacionalidade (por exemplo luso-canadianos) possam em breve candidatar-se a lugares de deputados pelo círculo fora da Europa.
"Essa discriminação não faz sentido. Ninguém é menos português por ser canadiano. A vida deu-vos dois países e é nesses dois países que devem participar ativamente na vida política", afirmou, recebendo de novo muitas palmas.
Ainda de acordo com o primeiro-ministro, o seu Governo avançou para um sistema de recenseamento automático.
"Só com esta alteração, aqui, no Canadá, o número de recenseados passará de 14 mil para 40 mil pessoas habilitadas a votar nas eleições portuguesas", acrescentou.
Já perante os jornalistas, o primeiro-ministro destacou como objetivos da sua visita o reforço "do multilateralismo" ao nível político, tendo como base as Nações Unidas.
Neste ponto, António Costa referiu-se à importância da "defesa comum no atlântico", mas também à visão comum que Portugal e o Canadá têm sobre as migrações.
"Neste momento Portugal tem um candidato a diretor geral da Organização Internacional para as Migrações, e contamos com o apoio do Canadá", disse, numa alusão à presença na comitiva do antigo comissário europeu e ministro socialistas António Vitorino.